No domingo, 1º, quando se comemora o Dia do Trabalho, apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) irão às ruas com pautas distintas. Na manifestação convocada por sete centrais sindicais e que será realizada na Praça Charles Muller, onde fica o Estádio do Pacaembu, os organizadores pretendem encampar o lema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”. A cerca de três quilômetro dali, na região da Avenida Paulista, os apoiadores do atual mandatário do país devem apoiar o indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado, na quarta-feira, 20, a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“A ideia é fazer uma manifestação de apoio ao decreto do presidente Bolsonaro. Entendemos que é uma decisão que encontra respaldo na Constituição. Não temos a intenção de transformar esse ato em nenhum tipo de briga entre os Poderes. Ninguém vai atacar o Supremo Tribunal Federal, ninguém vai atacar os ministros. Falaremos sobre decisões, sobre a inversão de valores em algumas decisões: enquanto pessoas estão sendo julgadas por crime de opinião e chegam a mais de oito anos de cadeira, outras pessoas que cometeram crimes gravíssimos estão soltas e com seus direitos políticos garantidos”, disse à Jovem Pan o fundador e coordenador do movimento Nas Ruas, Tomé Abduch. De acordo com o engenheiro civil e empresário, o grupo irá se concentrar no cruzamento da Peixoto Gomide com a Avenida Paulista a partir das 14h. Por orientação da Polícia Militar e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a manifestação deverá ser encerrada até às 17h. Abduch afirma que, até o momento, confirmaram presença no ato os ex-ministros do Meio Ambiente Ricardo Salles e da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, pré-candidato do Republicanos ao governo do Estado de São Paulo. Até a publicação desta reportagem, a presença de Bolsonaro não havia sido confirmada. O coordenador do Nas Ruas, porém, afirma que, caso não venha para a capital paulista, o presidente da República fará um discurso que será transmitido em um telão que será colocado na Paulista.
O ato do Dia do Trabalho, na Praça Charles Muller, está sendo organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, e Pública. Além de levar as reivindicações dos trabalhadores às ruas, depois de dois anos de isolamento social por causa da pandemia, o 1° de Maio também terá a função de dialogar com a população sobre a realidade atual e a necessidade de recolocar o país no rumo do desenvolvimento, com emprego decente, justiça social e distribuição de renda, afirma o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo. Em contraponto ao ato que ocorrerá na Avenida Paulista, os movimentos sindicais sairão em defesa da candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República. O petista polariza a disputa com Jair Bolsonaro e lidera as pesquisas de intenção de voto. “Para nós, o projeto de retomar o desenvolvimento do Brasil está na candidatura de Lula. Entendemos que é o projeto que vai superar as dificuldades que vieram com o golpe”, segue Izzo. O ato começará às 10h e terá a participação de artistas como Daniela Mercury, Leci Brandão, Francisco El Hombre e Dj KL Jay, além de representantes de movimentos sociais e lideranças políticas, como Lula.