Diante do grave cenário de crise hídrica, o DAE apertou as fiscalizações contra desperdício de água em Bauru. Nesta quarta-feira (17), primeiro dia de intensificação das atividades, quatro munícipes foram notificados. Todos estavam lavando calçadas.
De acordo com a autarquia, os 11 fiscais se dividiram entre os bairros Vila Industrial, Parque dos Sabiás, Centro e Pousada da Esperança 1 e 2.
No Centro, duas denúncias foram apuradas, com notificações em ambas. No bairro Pousada 1, houve um flagrante de desperdício e, no Jardim Guadalajara, mais uma denúncia procedia. "Todos os munícipes foram orientados e notificados, pois estavam lavando calçadas", reforça o DAE.
Conforme noticiado pelo JC ontem, a autarquia se sustenta na Lei Municipal 6.608, de 2014, que ordena sobre o controle de desperdício de água potável distribuída para uso, para notificar e até mesmo multar os munícipes.
O fiscal que flagrar o consumidor em uso inadequado de água, em um primeiro momento, orientará sobre a utilização racional, registrará uma advertência e, posteriormente, enviará notificação. Se ficar constatada a reincidência do desperdício, será aplicada multa de 50% sobre o valor registrado com o consumo de água do mês anterior. A cada reincidência, será imposta nova multa de 50%, sempre sobre o valor da conta passada.
WHATSAPP EXCLUSIVO
O DAE também lançou ontem um número de WhatsApp exclusivo para que a população denuncie desperdícios. As queixas, que podem ser anônimas, devem ser feitas no (14) 3235-6123. Lá, é possível enviar vídeos, fotos e o endereço para que o fiscal possa agir.
Apesar de o DAE ter intensificado a ação dos fiscais, a logística para a execução dos trabalhos não é das melhores, reclamam os profissionais. Dos 11 servidores que fazem esse serviço, sete dependiam de circulares para apurar as denúncias. O DAE diz que, após reunião nesta terça (16), ficou definido que uma Kombi levará os agentes aos setores e, depois, os buscará.
Fiscais ouvidos pela reportagem, que pediram para ter as identidades preservadas, reclamaram da dependência do transporte coletivo. O problema, segundo eles, se arrasta há três anos e, devido à constante alternância na gestão do DAE, sempre surgiram promessas de soluções, mas que não foram concretizadas.
Dos 11 fiscais, dois utilizavam motos, dois Montanas da autarquia e os outros sete dependiam exclusivamente de circular. Alguns profissionais contaram que recebiam a lista dos locais para vistoria e partiam, a pé mesmo, para o ponto de coletivo mais próximo da autarquia.
Na maioria dos bairros, era preciso ir de circular até o Centro e, depois, pegar uma segunda condução. "Precisamos ir à paisana, porque, se estivermos com uniforme do DAE, dentro do circular, é motivo para ser xingado ou até coisa pior. Ao chegar no endereço, caso haja uma demora para o serviço, podemos perder o ônibus para retornar. Tem bairros em que a espera pelo segundo circular é de duas horas. Inviável. Tem dias que é possível irmos em seis endereços, mas, às vezes, é menos. E se estivermos em um bairro cujo proprietário do imóvel nos ameace e queira nos agredir? Vamos fazer o quê? Correr para o ponto de ônibus?", questiona um dos servidores.
Eles também alegaram que, quando vão utilizar a Internet para checar endereços ou telefonar para pedir apoio de outra equipe, precisam usar o celular particular.
OUTRO LADO
Em resposta às críticas, o DAE informou que os fiscais sempre se dirigiram aos bairros através de transporte coletivo. "No entanto, o presidente Marcos Saraiva esteve em reunião com equipe responsável e autorizou o transporte por veículo disponibilizado para isso. A Kombi deixa os nove fiscais em setores dos bairros que farão parte da fiscalização e retorna para buscá-los no final de um período do dia (almoço e final do dia). Outros dois fiscais estarão com motos para dar suporte, quando necessário, e também para percorrer os endereços que foram alvo de denúncia", diz o órgão.
A autarquia também afirma que todos os fiscais sempre possuíram um celular fornecido pelo DAE para checagem de endereço, registro das ocorrências e comunicação com a sede.
Um vídeo mostrando água sendo jogada no trecho que recebeu nova pavimentação na av. Getúlio Vargas circulou pelas redes sociais, na tarde desta quarta (17), e gerou várias críticas. No entanto, segundo a assessoria da prefeitura, não era água potável e o procedimento foi adotado para resfriar a nova massa asfáltica, de modo que a interdição do trecho fosse mais breve possível.
Fonte: jcnet
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