O governo dos Estados Unidos alertou que a Rússia pode intensificar "nos próximos dias" os ataques contra a Ucrânia. Hoje, o conflito completa seis meses sem conclusão à vista e ante o temor de uma severa crise energética internacional. "O Departamento de Estado dispõe de informações segundo as quais a Rússia intensifica seus esforços para executar ataques contra infraestrutura civil e instalações governamentais na Ucrânia nos próximos dias", afirmou a embaixada americana na Ucrânia em seu site.
Washington pede aos cidadãos americanos que "saiam da Ucrânia pelos "meios de transporte terrestre privados disponíveis". A advertência foi divulgada um dia antes do Dia da Independência da Ucrânia, que este ano coincide com os seis meses do início da invasão russa. Nos últimos dias, as autoridades ucranianas haviam alertado para a possibilidade de novos ataques russos. O assassinato de Darya Dugina, filha de Alexandr Dugin, ideólogo ultranacionalista russo e "guru" do presidente Vladimir Putin, também poderia provocar uma retaliação de Moscou, segundo analistas. Darya morreu vitimada por uma explosão em seu carro, a 40km da capital da Rússia, na noite de sábado.
Na terça-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que a "cada dia" existe uma ameaça de novos bombardeios contra a capital Kiev e disse que, em caso de ataques, haverá uma "resposta forte". Após o recuo das forças russas dos arredores de Kiev no fim de março, os principais combates se concentram no leste da Ucrânia, onde Moscou avançou de maneira lenta até chegar a uma fase de estagnação, e no sul, onde as tropas ucranianas anunciaram uma lenta contraofensiva.
"Sabemos que eles têm como alvo principal as infraestruturas ou os edifícios governamentais, mas nada mudou fundamentalmente desde 24 de fevereiro", afirmou Zelensky. "Isto é o que a Rússia faz o tempo todo", acrescentou. A Rússia continua atacando de maneira frequente as cidades ucranianas com mísseis de longo alcance, mas raramente atinge Kiev e seus arredores.
Ontem, a Ucrânia recebeu a visita do presidente da Polônia, Andrzej Duda, que pretende reafirmar o apoio ao país diante da invasão de Moscou. A Polônia é um dos apoios mais incondicionais da Ucrânia na União Europeia (UE) e um dos maiores críticos da Rússia, ao contrário da Alemanha e França, criticados por suas posições às vezes moderadas. Mas o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o apoio da UE à Ucrânia na luta contra a invasão russa continuará "a longo prazo". "Nossa determinação não mudou e estamos dispostos a manter o esforço a longo prazo", disse, em discurso exibido por vídeo aos participantes na conferência da Plataforma da Crimeia em Kiev.
Centenas de pessoas compareceram, ontem, ao funeral de Darya Dugina. A jornalista e cientista política, de 29 anos, era filha de Alexander Dugin, um ideólogo aliado ao Kremlin que apoia a ofensiva russa na Ucrânia. "Ela morreu pelo povo, pela Rússia, no front. O front é aqui", afirmou Alexandr (E). O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, avisou que não haverá nenhuma piedade para os assassinos de Dugina. A Rússia acusou os serviços de inteligência ucranianos pelo ataque contra o carro de Dugina, mas Kiev negou qualquer envolvimento.
Fonte: correiobraziliense
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