21 de Novembro de 2024

Em L'Aquila, Papa Francisco reza no túmulo de Celestino V


crédito: Fotos: AFP

Um dia após empossar 20 novos cardeais, 16 deles potenciais eleitores em um conclave, o papa Francisco fez, ontem, uma visita a L'Aquila, no centro da Itália, que acabou alimentando especulações sobre planos de renúncia. Nas poucas horas em que esteve na cidade, ele rezou pelas vítimas do terremoto devastador de 2009, mas também destinou um tempo para orar diante no túmulo de Celestino V, o primeiro pontífice da história que renunciou ao cargo.

"Celestino V foi uma testemunha corajosa do Evangelho, porque nenhuma lógica de poder o encaixou ou dominou. Com ele, admiramos uma Igreja livre de lógicas mundanas e testemunha plena da misericórdia de Deus", destacou.

Francisco elogiou "a resiliência" da população de L'Aquila, destruída por um terremoto que deixou 300 mortos e mais de 1500 feridos há 13 anos. "Vocês demonstraram que são pessoas com um caráter resiliente", disse o papa argentino diante da catedral da cidade, arruinada pelo tremor de terra.

Diante de milhares de moradores e parentes de vítimas, que o receberam com um silêncio comovente, o líder da Igreja Católica mencionou a difícil reconstrução, não apenas física, mas também cultural, espiritual e moral da cidade, distante 80km de Roma. Quase 50 mil pessoas perderam as casas no terremoto.

O pontífice chegou pouco antes de 8h30, de helicóptero, na cidade de 70 mil habitantes. Ele celebrou a missa e a bênção dominical do Angelus. Depois, cumpriu o antigo rito de abertura da Porta Santa, que marca o início da antiga "festa do perdão" católico, celebrada em L'Aquila desde o século 13.

Foi a primeira vez em 728 anos que um papa participou da cerimônia, inaugurada por Celestino V, um eremita que aceitou de maneira relutante sua eleição ao Trono de Pedro, teve muitos inimigos por suas reformas e renunciou ao cargo.

A deferência teve repercussão imediata entre os analistas dos assuntos do Vaticano, já que, recentemente, em declarações à imprensa, Francisco não descartou a possibilidade de renunciar por motivos de saúde. Além disso, os especialistas estão intrigados com uma convocação feita aos cardeais pelo papa.

Francisco marcou para hoje e amanhã um encontro que, oficialmente, tem como motivação discutir a reforma da Constituição Pontificia, em vigor desde o início de junho. Porém, há quem veja na reunião uma espécie de pré-conclave. Com o consistório de sábado, o pontífice teria o número mínimo de cardeais para eleger um sucesso.

 

Fonte: correiobraziliense

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