21 de Novembro de 2024

Argentinos vão as ruas em protestos contra atentado a Cristina Kirchner


Manifestações foram organizadas em toda a Argentina nesta sexta-feira (2) em repúdio ao atentado fracassado contra a vice-presidente acusada de corrupção Cristina Kirchner. O ataque com arma de fogo foi perpetrado na noite de quinta-feira por um homem que está sendo investigado para saber se agiu sozinho.

O presidente Alberto Fernández qualificou o incidente como o mais grave desde o retorno à democracia em 1983. A tentativa de magnicídio, em meio a uma crescente polarização política, também foi repudiada pelos principais dirigentes da oposição Juntos pela Mudança (centro-direita). No sábado, o Congresso realizará uma sessão especial.

Diego Reynoso, cientista político na Universidade de San Andrés, considerou que "havia um nível de violência verbal e simbólica, que agora atingiu o comportamento, se materializou". "Este fato é um divisor de águas", disse Reynoso à AFP. Nos últimos anos, "a violência política nunca havia sido um problema. Havia um consenso cívico e democrático que está se perdendo, é lamentável".

O papa Francisco, que já foi arcebispo de Buenos Aires, expressou sua "solidariedade por este momento delicado" e disse que ora para que "prevaleçam a harmonia social e o respeito aos valores democráticos". Os Estados Unidos condenaram "energicamente a tentativa de assassinato" e expressou seu apoio "ao governo e ao povo argentino no repúdio à violência e ao ódio", tuitou o secretário de Estado, Antony Blinken.


A juíza María Eugenia Capuchetti e o promotor Carlos Rivolo, encarregado da investigação, fizeram uma inspeção na área onde ocorreu o ataque. O tribunal começou a receber as primeiras declarações de testemunhas, além de policiais e membros da segurança da vice-presidente. Mais tarde, a juíza foi à casa de Kirchner para ouvi-la.

A polícia federal invadiu um apartamento nos arredores de Buenos Aires, alugado pelo agressor há oito meses, segundo o proprietário. Duas caixas de 50 balas cada foram encontradas no local, disse uma fonte policial à imprensa.

O detido, Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, de nacionalidade brasileira, é filho de mãe argentina e pai chileno. Ele reside na Argentina desde 1993.

Ele já havia sido detido em 17 de março de 2021 por porte de armas não convencionais, segundo fontes policiais citadas pela agência de notícias oficial Télam. O homem tem um símbolo nazista tatuado no cotovelo, segundo imagens em suas redes sociais.

  • Apoiadores da vice-presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, se reúnem na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, em 2 de setembro de 2022. JUAN MABROMATA / AFP
  • Apoiadores da vice-presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, se reúnem na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, em 2 de setembro de 2022. Emiliano LASALVIA / AFP
  • Apoiadores da vice-presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, se reúnem na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, em 2 de setembro de 2022 JUAN MABROMATA / AFP
  • Apoiadores da vice-presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, se reúnem na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, em 2 de setembro de 2022 JUAN MABROMATA / AFP

Para o analista político Carlos Fara, os principais partidos políticos tentarão agora "acalmar os ânimos".

"Este incidente ocorre após duas semanas de alta tensão política. Não acredito que algum político seja responsável por isso, mas por gerar ambientes que provocam estas situações", disse à AFP.

Kirchner, de 69 anos, tão amada por apoiadores do peronismo quanto detestada por opositores, continua exercendo grande influência e poder na Argentina, sete anos depois de deixar a Presidência e um antes das eleições de 2023, sobre as quais ainda não demonstrou suas intenções.

Para Cecilia Rossi, de 57 anos, que mora na quadra onde vive Kirchner, trata-se de "uma palhaçada para acobertar tudo o que está acontecendo no país".


A partir do meio-dia, dezenas de milhares de manifestantes, convocados por partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e organizações de direitos humanos, começaram a se reunir nas principais cidades do país.

"Vou à Praça de Maio em primeiro lugar para apoiar a democracia, em segundo, em apoio a Cristina e em terceiro, para tentar alertar os argentinos para que não sigam este caminho", disse à AFP Adriana Spina, professora aposentada de 61 anos.

O ataque ocorreu na noite de quinta-feira, quando um homem, que foi preso, apontou uma arma à queima-roupa e tentou atirar no rosto de Kirchner na porta de sua casa no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.

O agressor esgueirou-se entre a multidão de militantes que a esperavam para manifestar sua solidariedade à ex-presidente (2007-15), em uma manifestação que se repete todas as noites desde 22 de agosto, quando o Ministério Público pediu doze anos de prisão para ela em um julgamento em que é acusada de fraude e corrupção.

Fonte: correiobraziliense

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