Durante a abertura da 77ª Assembleia Geral, em Nova York, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, advertiu os líderes mundiais sobre uma "tempestade perfeita" que se anuncia no horizonte e previu um "inverno de protestos". O diplomata português elencou, como os principais desafios da humanidade, a guerra na Ucrânia, as catástrofes climáticas e a insegurança alimentar.
"A crise do poder aquisitivo se deflagra, a confiança desmorona, as desigualdades disparam, nosso planeta queima e o povo sofre, sobretudo, os mais vulneráveis", declarou. Apesar disso, ele lamentou que "estamos bloqueados por uma disfunção global colossal". "Essas crises ameaçam o próprio futuro da humanidade e o destino do planeta. (...) Não tenhamos ilusões. Estamos em um mar agitado. Um inverno de descontentamento se anuncia no horizonte", insistiu Guterres.
O secretário-geral fez um longo discurso calcado no pessimismo sobre o futuro da Terra. Reconheceu sua impotência diante das "divisões políticas que minam o trabalho do Conselho de Segurança, o direito internacional, a confiança e a fé das pessoas nas instituições democráticas". "Não podemos continuar assim", acrescentou, ao defender "uma ação coordenada ancorada no respeito do direito internacional e na proteção dos direitos humanos".
Ao abordar a questão das mudanças climáticas, avaliou que as nações deveriam criar impostos inesperados para punir empresas que exploram os combustíveis fósseis e desviar o dinheiro para os países mais vulneráveis às perdas por conta do aquecimento global.
No primeiro dia da Assembleia Geral, estrearam na tribuna os presidentes Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia). Boric apostou na nova Constituição e minimizou a rejeição a um projeto da Carta Magna, durante plebiscito em 4 de setembro. "Alguns viram (a derrota da proposta) como um revés para o governo. Mas um governo nunca pode se sentir derrotado quando seu povo fala", disse, ao admitir que o seu país vive "um intenso processo político".
Por sua vez, Petro criticou a invasão da Rússia à Ucrânia e pediu para que outros países parem de investir na guerra contra as drogas. "Não afete a beleza de meu país com seu veneno", disse, ressaltando a importância da Floresta Amazônica para o país. "Peço à minha querida América Latina que pare com a guerra irracional contra as drogas", afirmou o colombiano, que defendeu que não é preciso de uma guerra para diminuir o consumo de drogas e criar uma sociedade melhor.
Fonte: correiobraziliense
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