22 de Novembro de 2024

Estrelas do cinema francês cortam cabelos em apoio às mulheres do Irã


Atrizes e cantoras francesas — entre elas, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani — cortaram uma mecha do cabelo em solidariedade com a luta das mulheres iranianas. O protesto foi registrado em vídeo e divulgado pelo Instagram. Enquanto toca a música Bella Ciao, interpretada por uma ativista iraniana, essas mulheres famosas cortam seus cabelos diante das câmeras.

"O povo iraniano, começando pelas mulheres, se manifesta com risco de vida. Esse povo só quer ter acesso à liberdade mais essencial. Essas mulheres, esses homens, pedem nosso apoio", explica a mensagem coletiva dessas intérpretes. "Sua coragem e dignidade nos obrigam a agir. É impossível não denunciar essa terrível repressão várias vezes (...) Decidimos responder ao chamado cortando também uma mecha", explicam.

A convocação para cortar uma mecha de cabelo na frente da câmera surge após um manifesto publicado no dia anterior por mais de mil personalidades do cinema francês, como a atriz Léa Seydoux e o patrono do Festival de Cannes, Thierry Frambux, para "apoiar a revolta das mulheres no Irã", em uma mensagem transmitida à agência France-Presse (AFP).

Até agora, o mundo da cultura francês falou discretamente sobre a tragédia, em Teerã, que vitimou a jovem Mahsa Amini. A curda iraniana de 22 anos morreu, em 16 de setembro, depois de ser presa por violar o rígido código de vestimenta no Irã, o qual obriga as mulheres a usar um véu islâmico (hijab). Essa morte provocou indignação dentro e fora do país.

O uso do véu é um debate recorrente na França, um Estado oficialmente laico. Desde 2004, a ostentação de sinais religiosos visíveis nas escolas é proibido, e os funcionários estão sujeitos ao princípio da "neutralidade". No entanto, existem grupos feministas que defendem o uso do véu pelas mulheres muçulmanas em nome da diversidade e como medida de afirmação política.

  • A também atriz Marion Cotillard participou do protesto virtual Instagram
  • A atriz Juliette Binoche corta mecha do cabelo: "Liberdade!" Instagram

As jovens estudantes iranianas têm realizado manifestações esporádicas, nas quais retiram o véu, para protestar pela morte de Amini, desafiando a forte repressão aos protestos que acontecem por quase três semanas no Irã. O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, garantiu que havia jovens participando dos protestos devido à influência das redes sociais. "O fato de haver jovens de 16 anos nesses eventos é uma consequência das redes sociais", declarou o procurador-geral, segundo a agência Isna. O ministro da Educação, Yousef Nouri, citado pela agência Irna, assegurou que "os ataques do inimigo têm como alvo as universidades, a ciência e a educação".

A ONG Human Rights Watch afirmou que verificou 16 vídeos publicados nas redes sociais, nos quais, segundo a mesma, agentes da "polícia e de outras forças de segurança" aparecem "usando a força de maneira excessiva e letal contra manifestantes". As imagens mostram a polícia "usando armas de fogo", disse. A repressão "demonstra um esforço concertado por parte do governo para aplacar a dissidência, com desprezo insensível pela vida."

Fonte: correiobraziliense

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