Menos de ano antes de ser preso e de ter todos os bens confiscados, o Correio entrevistou Ales Bialiatsky. O ativista e opositor da Bielorrúsia dividiu o Nobel da Paz deste ano com as organizações não governamentais Memorial (Rússia) e Centro para Liberdades Civis (Ucrânia). Em setembro de 2020, durante o auge das manifestações contra o regime de Alexandr Lukashenko, em Minsk, Bialiatsky liderava os protestos para pôr fim à ditadura na ex-república soviética.
Na ocasião, ele afirmou que "a grande ditadura da Rússia ajuda a pequena ditadura da Bielorrúsia". Bialiatsky também garantiu que a maior parte da população bielorrussa anseia por mudanças no país. "Ao redor de Lukashenko, há gente com sangue nas mãos, e isso é perigoso", advertiu.
O Comité Nobel Norueguês afirmou que Bialiatsky foi um dos precursores do movimento pró-democracia surgido em Bielorrúsia em meados dos anos 1980. "Ele devotou sua vida para a promoção da democracia e do desenvolvimento pacífico em sua nação. Entre outras coisas, fundou a organização Viasna (Primavera) em 1996, em resposta a emendas constitucionais que deram ao presidente poderes ditatoriais que iniciaram protestos disseminados", afirmou.
A entrevista completa com Bialiatsky sairá na versão impressa e on-line do Correio neste sábado (7/10).
O ativista de direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski, a organização russa Memorial e o Centro para as Liberdades Civis na Ucrânia receberam o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira (7).
"Eles fizeram um esforço impressionante para documentar crimes de guerra, violações de direitos humanos e abusos de poder. Juntos, eles demonstram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia", disse à imprensa Berit Reiss, presidente do comitê norueguês do Nobel.
Ales Bialiatski está preso em Belarus por evasão fiscal. Nesta sexta, o Comitê Nobel da Noruega pediu a libertação dele. "Nossa mensagem é pedir às autoridades bielorrussas que libertem Bialiatski e esperamos que isso aconteça e que ele possa vir a Oslo e receber o prêmio", disse Berit Reiss-Andersen, presidente do comitê do Nobel. "Mas há milhares de presos políticos em Belarus e temo que meu desejo não seja muito realista."
O Comitê ainda afirmou que o Prêmio da Paz não é contra Putin, mas pediu que ele interrompa a repressão de ativistas.
Já a ONG russa Memorial, proibida na Rússia, denunciou o julgamento que enfrenta quando "o mundo inteiro nos parabeniza pelo Prêmio Nobel" da Paz.
*Com informações da Agência France-Press
Fonte: correiobraziliense
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