A Rússia realizou uma série de ataques com mísseis em várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, no que parece ser a maior onda de bombardeios desde as primeiras semanas da guerra.
No total, a Rússia lançou 83 mísseis contra a Ucrânia nesta segunda-feira (10/10), sendo que mais de 43 foram derrubados pelas defesas antiaéreas ucranianas.
A polícia nacional ucraniana informou que pelo menos 10 pessoas morreram e cerca de 60 ficaram feridas em todo o país durante os ataques russos.
Além disso, várias instalações de infraestrutura importantes foram afetadas, levando a cortes de energia generalizados em todo o país.
Em um discurso em vídeo, o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que mísseis de longo alcance haviam atingido instalações de energia, militares e de comunicação da Ucrânia.
"Se as tentativas de realizar ataques terroristas no território da Federação Russa continuarem, a resposta será dura e proporcional ao nível das ameaças", disse Putin.
No domingo, o presidente russo culpou os serviços de inteligência ucranianos pela explosão que danificou a única ponte que liga a Rússia à Crimeia ocupada, o que classificou de ato de terrorismo. A Ucrânia não confirmou qualquer envolvimento no incidente.
O centro da capital ucraniana, Kiev, acordou na manhã desta segunda-feira com o som de fortes explosões que podiam ser ouvidas em diferentes áreas da cidade.
De acordo com a porta-voz do Departamento de Situações de Emergência de Kiev, Svitlana Vodolaga, citada pela agência de notícias Ukrinform, várias pessoas foram mortas nos bombardeios. Houve pelo menos oito óbitos em apenas um distrito.
Segundo o jornal Kyiv Independent, citado pela agência de notícias EFE, foram registradas pelo menos quatro explosões no centro da capital ucraniana nesta manhã — e colunas de fumaça foram vistas no centro da cidade.
Uma equipe da BBC testemunhou um dos ataques com mísseis. As sirenes de ataque aéreo soaram cerca de 90 minutos antes.
Esta é a primeira vez que Kiev é atacada em vários meses — e as explosões também parecem ser muito mais centrais do que os ataques realizados anteriormente na guerra, segundo o jornalista Paul Adams, correspondente da BBC na capital ucraniana.
Olena Badakh e o marido, Valerii, moram em um apartamento na capital ucraniana com vista para um parque infantil que foi atacado nesta manhã.
O ataque foi "horrível", contou Olena à BBC.
"Em um instante, abriu um buraco em nossas vidas. Foi terrível."
Para Valerii, alguns dos bombardeios desta manhã contra alvos não militares representam um "ataque simbólico".
As autoridades ucranianas dizem que várias pessoas também ficaram feridas em novos ataques com mísseis em Zaporizhzhia durante a noite.
O bombardeio em curso desta cidade no sul da Ucrânia matou dezenas de civis nos últimos dias, em meio ao contra-ataque das tropas ucranianas para retomar terras no sul e no leste controladas pela Rússia.
A União Europeia afirmou que os ataques russos a civis na Ucrânia equivalem a um "crime de guerra" — e países como a Polônia estão pressionando por mais sanções, enquanto líderes europeus reafirmaram seu apoio à Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o G7 (grupo formado pelas sete maiores economias do mundo) vai realizar uma reunião de emergência para debater os recentes ataques — e que ele vai fazer um discurso.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63200893
Fonte: correiobraziliense
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