Histórica potência europeia e importante ator no cenário global, a França tem suas origens na Idade Média, na reorganização dos povos da Europa Central após o fim do Império Romano. Sua extensão territorial começou a ser definida nos tempos do Império Carolíngio, iniciado por Carlos Magno no ano 800. Na Idade Moderna, a França consolidou-se como uma das mais poderosas monarquias do continente.
Com autores como Montesquieu e Voltaire, a França foi uma das principais referências intelectuais do movimento conhecido como Iluminismo, que marcou os séculos 17 e 18 na Europa.
Em 1789, o regime monárquico foi deposto pela Revolução Francesa, quando nasceu o lema de "liberdade, igualdade e fraternidade", adotado pelo país até hoje. O caos que se seguiu à revolução levou à ascensão do general Napoleão Bonaparte, coroado em seguida como imperador. Várias mudanças de regime levaram à consolidação do país como uma república em 1870. Durante a Segunda Guerra Mundial, a França foi ocupada pela Alemanha nazista.
Os franceses pagaram um alto preço nas duas guerras mundiais, em termos tanto econômicos como humanos. Os anos após 1945 foram marcados por conflitos em seus protetorados que levaram à independência da Argélia e da maioria das outras colônias francesas na África e no sudeste asiático.
A França consolidou-se como uma nação desenvolvida e influente, com uma moderna indústria, com tecnologias de destaque em várias áreas. Foi um dos países fundadores do processo de integração europeia, quando o continente começou seu processo de reconstrução depois da devastação da Segunda Guerra Mundial. O país passou a compor, juntamente com a Alemanha, o principal alicerce da integração do continente por meio da União Europeia.
Culturalmente, os franceses são mundialmente reconhecidos, com destaque para as belezas urbanísticas de suas cidades, sua rica e refinada culinária e sua produção de queijos e vinhos de alta qualidade. A França é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
FATOS
LÍDERES
Presidente: Emmanuel Macron
Ex-ministro da Economia, sem ter nunca sido eleito antes para algum cargo público, Emmanuel Macron venceu as eleições de maio de 2017 numa disputa de segundo turno contra Marine Le Pen, candidata da extrema-direita.
O ex-banqueiro, na época com apenas 39 anos, lançou sua campanha independente para a Presidência a menos de um ano do pleito. Seu movimento En Marche! (Em Frente!) galvanizou apoio suficiente da centro-direita e da esquerda para superar os representantes dos tradicionais partidos Socialista e Republicano, no primeiro turno da eleição. No segundo, ele se apresentou como a opção sensata, centrista e unificadora em oposição ao radicalismo de direita de Le Pen.
No ano seguinte, a popularidade de Macron caiu, em meio a sua tentativa de reorganizar a economia. Grandes protestos de rua surgiram em novembro de 2018, contra seu plano de forçar uma redução do uso de combustíveis fósseis por meio do aumento de seus preços para o consumidor. O movimento, que ficou conhecido como "Coletes amarelos", paralisou grandes cidades francesas e levou a vários confrontos violentos com a polícia. Os protestos avançaram em 2019 e passaram a incluir outras exigências, como melhorias nas aposentadorias e aumento do salário mínimo.
Em 2022, Macron novamente derrotou Le Pen no segundo turno das eleições gerais realizado em abril, se tornando o primeiro presidente francês a ser reeleito desde Jacques Chirac em 2002.
Primeiro-ministro: Jean Castex
O presidente Macron nomeou Jean Castex como seu primeiro-ministro em julho de 2020, no lugar de Edouard Philippe, que renunciou após o fraco desempenho do partido governista, La République En Marche!, em eleições locais.
Prefeito da cidade de Prades, no sul da França, e integrante do oposicionista Partido Republicano até o início do ano, Castex tornou-se uma figura nacional como sendo o responsável por aliviar o confinamento no país, em meio à pandemia de coronavírus.
Edouard Philippe, também um membro do Partido Republicano, havia entrado no governo como forma de apoiar os esforços de Macron para reformar a legislação trabalhista e o setor público.
MÍDIA
A televisão é o meio de comunicação mais popular da França. A principal rede, TF1, é privada, e a rede pública France Telévisions é financiada por uma licença paga pelos cidadãos e por publicidade. Satélite, cabo e TV digital terrestre oferecem um grande número de canais. O Canal+, um grande operador de TV paga, é propriedade da gigante de mídia Vivendi.
A França tem uma imprensa livre e mais de 100 jornais diários. A maioria deles é propriedade privada e não está ligada a nenhum partido político. A Rádio França, pública, serve ao público nacional, incluindo territórios franceses no exterior. Rádios comerciais, particularmente RTL e Europe 1, têm grande audiência.
A França também é uma grande força em radiodifusão internacional. A Radio France Internationale é um veículo líder no setor, e seu serviço Monte Carlo Doualiya, em árabe, transmite para todo o Oriente Médio. O canal de TV internacional de notícias France 24 transmite em francês, inglês e árabe. A emissora diz ter como objetivo apresentar "um ponto de vista diferente do mundo anglo-saxão".
Em 2016, havia cerca de 56 milhões de usuários de internet (segundo o Internetlivestats.com). Cerca de 56% dos franceses usavam ativamente as redes sociais em 2017 (segundo a agência We Are Social). O Facebook e o Skyrock são redes sociais líderes no setor.
RELAÇÕES COM O BRASIL
A ligação da França com o território brasileiro começou ainda no século 16, quando os franceses criaram uma pequena colônia no Rio de Janeiro. A colônia, chamada de França Antártica, foi instalada na Baía de Guanabara em 1555. Em 1570, os franceses foram definitivamente expulsos do litoral do Rio de Janeiro por forças portuguesas aliadas aos índios tamoios
No século 19, a França influenciou direta e indiretamente a formação do Brasil. Em 1808, a ameaça militar de Napoleão Bonaparte levou o rei de Portugal, Dom João 6º, a fugir com sua corte para o Rio de Janeiro - mudança que elevou o status do Brasil e fez com que Portugal promovesse melhorias na então colônia.
Como parte desse desenvolvimento, após a queda de Napoleão, Dom João 6º recorreu à França. Em 1816, chegou ao Rio a Missão Artística Francesa, que trouxe artistas como Jean Baptiste Debret para ajudar no desenvolvimento educacional e cultural do Brasil.
Em 1825, a França reconheceu a independência brasileira de Portugal. No século 20, a proximidade entre os dois países continuou, com uma nova missão cultural e educacional francesa ajudando o nascimento da Universidade de São Paulo, fundada em 1934.
Em 2006, com a visita do presidente Jacques Chirac ao Brasil, foi lançada a Parceria Estratégia Brasil-França. Em 2017, após seis anos de construção, foi inaugurada a Ponte Binacional Franco-Brasileira, sobre o rio Oiapoque, no Amapá. A ponte conecta o Estado brasileiro ao Departamento francês da Guiana - a fronteira terrestre entre os dois países é de cerca de 700 quilômetros.
Em 2019, com a posse de Jair Bolsonaro na Presidência brasileira, os governos dos dois países distanciaram-se. Paris aumentou sua pressão pela preservação da Amazônia, o que Brasília considerou interferência indevida em um assunto brasileiro. A relação entre Bolsonaro e o presidente francês, Emmanuel Macron, continuou distante.
LINHA DO TEMPO
Importantes datas na história da França:
Séculos 6 a 9 - Após o fim do Império Romano, no início da Idade Média, a região é governada por seguidos reis francos.
800-888 - O Império Carolíngio, iniciado por Carlos Magno, tinha sua parte oeste localizada na atual França. Em 843, o império foi dividido em três entre os filhos de Luís 1º, o Piedoso, uma divisão cujas consequências foram sentidas até o século 20, com disputas territoriais entre França e Alemanha.
Século 16 - Décadas de guerras religiosas na França, entre católicos e protestantes, conhecidos como huguenotes. Em agosto de 1572, milhares de huguenotes são mortos por católicos no que ficou conhecido como Massacre do Dia de São Bartolomeu.
1789 - A Revolução Francesa encerra o regime monárquico que vigorava desde o século 9 e leva ao estabelecimento da Primeira República.
1804-1814 - Napoleão Bonaparte se proclama imperador do Primeiro Império Francês. Uma série de sucessos militares coloca a maior parte da Europa continental sob seu controle.
1815 - Napoleão é derrotado na Batalha de Waterloo. A monarquia é restabelecida.
1914-18 - Primeira Guerra Mundial. As batalhas deixam um enorme número de mortos e feridos nas trincheiras do nordeste da França. Ao final da guerra, o total de mortos entre os franceses chega a 1,3 milhão, com um número ainda maior de feridos.
1939-45 - Segunda Guerra Mundial. A Alemanha nazista ocupa grande parte da França. O regime de Vichy, na parte sul do país, não ocupada, colabora com o regime nazista. O general De Gaulle, subsecretário de Guerra, estabelece um governo-em-exílio em Londres e, mais tarde, em Argel (Argélia). Início da Resistência Francesa.
1946-58 - A Quarta República é marcada pela reconstrução econômica e o início de um processo de independência para muitas das colônias francesas.
1957 - A França junta-se à Alemanha Ocidental e outras nações europeias na formação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), que mais tarde se transformaria na União Europeia.
1958 - Charles De Gaulle retorna ao poder em meio à crise na Argélia, que buscava sua independência, e funda a Quinta República, com uma Presidência mais forte.
1962 - A Argélia conquista sua independência do regime colonial francês.
1969 - De Gaulle deixa o cargo de presidente. Georges Pompidou é eleito para o cargo.
1981 - O candidato socialista François Mitterrand é eleito presidente.
1995 - Jacques Chirac vence a eleição presidencial, encerrando 14 anos do governo socialista.
2017 - Emmanuel Macron quebra o domínio dos gaulistas/republicanos e socialistas na Presidência por meio de seu movimento En Marche!, conquistando apoio tanto da centro-direita como da centro-esquerda.
2022 - Macron é reeleito, derrotando a conservadora Marine Le Pen no segundo turno das eleições.
Fonte: correiobraziliense
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