23 de Novembro de 2024

Autoridades pró-Rússia fazem apelo para que civis abandonem a cidade ucraniana de Kherson


crédito: Sergey BOBOK / AFP

As autoridades designadas pela Rússia para regiões do sul da Ucrânia pediram neste sábado (22) aos civis que abandonem de maneira imediata a cidade de Kherson diante do avanço da contraofensiva ucraniana.

"Todos os habitantes civis de Kherson devem abandonar imediatamente a cidade", afirmou no Telegram a administração da região de Kherson, ocupada pela Rússia desde março e anexada em setembro por Moscou.

O comunicado de apelo cita um "cenário tenso na frente de batalha" e um "perigo crescente de bombardeios em larga escala".

No fim de setembro o exército ucraniano iniciou uma contraofensiva que permitiu ao governo de Kiev recuperar territórios no leste e sul do país.

O avanço ucraniano ganhou recentemente um novo impulso no flanco sul de Kherson, a primeira grande cidade a cair sob controle russo após o início da invasão da Ucrânia no fim de fevereiro. Recuperar o controle da cidade seria uma grande vitória para as tropas ucranianas.

Na sexta-feira, as autoridades ucranianas reivindicaram a retomada de 88 localidades da região.

Nos últimos dias, a Rússia iniciou uma operação de retirada dos habitantes desta região com o objetivo de transformar a cidade em uma "fortaleza". O governo da Ucrânia chama a medida de "deportação em massa".

O vice-comanadnte da ocupação russa em Kherson, Kiril Stremusov, afirmou neste sábado à agência de notícias russas Interfax que quase 25.000 pessoas já passaram para a margem esquerda do rio Dnieper.

A Rússia respondeu à contraofensiva com bombardeios que atingiram as infraestruturas de energia da Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado que a Rússia executou um novo ataque em larga escala e que desde o início da campanha de bombardeios mais de um milhão de casas ficaram sem energia elétrica no centro e sul do país.

Zelensku afirmou que na série mais recente a Rússia disparou 36 mísseis, "a maioria dos quais foi derrubada"

"São ataques vis contra alvos críticos. Táticas típicas de terroristas", afirmou Zelensky nas redes sociais.

As autoridades ucranianas adotaram esta semana medidas para reduzir o consumo de energia elétrica.

Em uma estação de trem de Dzhankoi, norte da península da Crimeia (anexada por Moscou em 2014), habitantes de Kherson embarcaram na sexta-feira em um trem com destino à Rússia.

"Vamos embora de Kherson porque começaram bombardeios intensos, tememos por nossas vidas", disse Valentina Yelkina, uma aposentada que viajava com a filha.

Yelena Bekesheva, outra moradora da cidade, de 70 anos, afirmou que seguiria para Moscou. "Não tomamos a decisão de maneira imediata, mas depois fomos convidados por nossos amigos e familiares", contou à AFP.

Na sexta-feira, Stremusov acusou as forças ucranianas pela morte de quatro civis em um ataque contra a ponte sobre o rio Dnieper, usada pelos moradores para deixar a cidade.

Os investigadores russos anunciaram que duas vítimas eram jornalistas e que 13 pessoas ficaram feridas. O exército ucraniano negou qualquer ataque contra civis.

Mais ao norte, na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, duas pessoas morreram em bombardeios ucranianos, denunciou o governador Viacheslav Gladkov.

Os bombardeios atingiram "infraestruturas civis" da cidade de Shebekino, afirmou Gladkov no Telegram. Quase 15.000 pessoas ficaram sem energia elétrica em suas casas, acrescentou

A Rússia denuncia um "aumento considerável" dos ataques ucranianos contra várias regiões russas na fronteira, incluindo Belgorod, Kursk e Briansk.

Na Ucrânia, "o sábado começou com uma enxurrada de mísseis russos direcionados contra infraestruturas civis críticas", denunciou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

Kuleba pediu aos aliados de Kiev que acelerem a entrega de sistemas de defesa aérea.

De acordo com a operadora Ukrenergo, as forças russas bombardearam instalações no oeste do país e provocaram cortes de energia elétrica em várias regiões.

"A escala dos danos é comparável ou talvez maior que as consequências dos ataques de 10 a 12 de outubro", anunciou a empresa.

No período citado, a Rússia atacou a Ucrânia com uma série de mísseis em uma aparente represália à explosão que danificou parte da ponte que liga à península da Crimeia à Rússia.

Fonte: correiobraziliense

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