O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak anunciou neste domingo (23/10) que disputará o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, um dia antes do fim do prazo para a apresentação das candidaturas neste processo relâmpago, enquanto o ex-chefe de Governo Boris Johnson ainda não se pronunciou oficialmente sobre sua participação.
Rishi Sunak foi o primeiro a alcançar na sexta-feira o apoio exigido de 100 deputados conservadores para entrar na disputa, mas o político de 42 anos aguardou até domingo para oficializar a candidatura.
"O Reino Unido é um grande país, mas enfrentamos uma profunda crise econômica", escreveu no Twitter o ex-executivo do setor bancário, que foi ministro das Finanças de 2019 até julho de 2022.
"É por isto que estou concorrendo para ser o líder do Partido Conservador e seu próximo primeiro-ministro. Quero ajustar nossa economia, unir nosso partido e trabalhar pelo nosso país", acrescentou.
A nova campanha por Downing Street começou na quinta-feira após a renúncia de Liz Truss, que ficou apenas 44 dias no poder.
No início de setembro ela foi eleita pelos membros do Partido Conservador em uma disputa em que superou Rishi Sunak.
Depois de uma semana com vários eventos políticos, três possíveis nomes para a disputa surgiram desde quinta-feira: Rishi Sunak, Penny Mordaunt, que anunciou sua candidatura na sexta-feira, e o ex-primeiro-ministro Boris Johnson, que renunciou em julho.
Os postulantes têm até segunda-feira para obter os 100 apoios necessários.
De acordo com o site Guido Fawkes, que monitora a campanha, Rishi Sunak tinha neste domingo, após o anúncio da candidatura, 139 apoios, à frente de Boris Johnson (75) e Penny Mordaunt (27).
Assim que os candidatos apresentarem a lista de apoio entre os deputados, os 357 parlamentares conservadores votarão e, caso dois nomes continuem na disputa, os 170.000 membros do partido terão que escolher, em uma votação na internet, até 28 de outubro.
Caso apenas um candidato permaneça na disputa, este seguirá diretamente para Downing Street e assumirá o posto de chefe de Governo.
As negociações dentro do Partido Conservador, profundamente dividido, prosseguem neste domingo.
Rishi Sunak e Boris Johnson se reuniram no sábado à noite para discutir, segundo a imprensa, a possibilidade de uma candidatura conjunta.
Desde julho, quando a renúncia de Rishi Sunak - seguida pela saída de outras 60 pessoas do governo - provocou a renúncia do primeiro-ministro Boris Johnson, as relações entre os dois são muito tensas.
A reunião obviamente não terminou com um acordo sobre uma candidatura conjunta.
Boris Johnson vai anunciar a candidatura "claramente", afirmou neste domingo à BBC o atual secretário de Estado para Assuntos Econômicos, Jacob Rees Mogg, grande aliado de BoJo.
Uma pesquisa publicada pelo jornal Sunday Telegraph mostra que Boris Johnson teria grandes possibilidades de vitória caso os membros do partido tenham que escolher entre dois candidatos.
Pouco mais da metade deles considera que Johnson seria um primeiro-ministro melhor, enquanto 28% são favoráveis a Sunak, de acordo com a pesquisa.
Quase 60% dos eleitores conservadores consideram que a saída de Boris Johnson em julho foi um erro.
Penny Mordaunt, que negou neste domingo ter iniciado negociações com o grupo de apoio de Boris Johnson, se declarou "confiante" em obter o apoio dos deputados conservadores.
O próximo primeiro-ministro governará um país abalado por uma grave crise do custo de vida, com uma inflação superior a 10%, e terá a missão de acalmar os mercados, inquietos desde o anúncio de um mini-orçamento do governo Truss no fim de setembro.
Também terá que unir um partido dividido, a dois anos das eleições legislativas.
O próximo primeiro-ministro conservador será o quinto a assumir o poder desde 2016.
Fonte: correiobraziliense
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