Jerusalém- Benjamin Netanyahu retornará ou o primeiro-ministro centrista Yair Lapid conservará o poder? Os israelenses comparecem às urnas nesta terça-feira (1/11) para as quintas eleições legislativas em menos de quatro anos, cujo resultado mantém o país em suspense.
Os locais de votação abriram às 7H00 (2H00 de Brasília) e o pleito segue até 22H00 (17H00 de Brasília). Logo depois serão divulgadas as pesquisas de boca de urna, pouco antes dos primeiros resultados oficiais, que podem deixar o país na expectativa até quinta-feira, quando está previsto o fim da apuração de uma eleição muito acirrada.
Embora os 6,8 milhões de eleitores registrados tenham a possibilidade de votar em quase 40 listas, a disputa acontece basicamente entre dois grupos: o favorável ao retorno do ex-primeiro-ministro conservador Netanyahu, julgado por corrupção, ou o que defende a permanência no poder da coalizão heteróclita liderada pelo centrista Lapid.
Netanyahu, 73 anos, o chefe de Governo mais longevo da história do Estado de Israel, tenta reunir uma maioria de 61 deputados entre as 120 cadeiras do Parlamento com seus aliados ultraortodoxos e da extrema-direita, que pode virar a terceira força partidária do país.
"É um dever e uma grande honra poder votar. Espero que terminemos este dia com um grande sorriso", declarou Netanyahu depois de votar em Jerusalém.
Lapid, de 58 anos e primeiro-ministro desde julho, deseja convencer os eleitores a manter o rumo dos últimos meses com sua coalizão formada por partidos de esquerda, centro, direita e árabes.
"Votem hoje pelo futuro de nossos filhos, pelo futuro de nosso país. Votem bem", declarou Lapid ao votar em Tel Aviv.
A "coalizão da mudança" forjada por Lapid e Naftali Bennett retirou Netanyahu do poder em junho de 2021, mas um ano depois perdeu a maioria no Parlamento com a saída de deputados de direita, o que provocou a convocação de eleições antecipadas, as quintas desde 2019.
As pesquisas atribuem ao "bloco de direita" de Netanyahu 60 cadeiras, uma a menos que a maioria, contra 56 para Lapid e seus aliados.
A campanha começou de maneira lenta, mas ganhou força nos últimos dias com os partidos trabalhando para convencer os indecisos e mobilizar suas bases, especialmente nas localidades árabes.
Em 2020, os partidos árabes israelenses conquistaram um recorde de 15 cadeiras com uma campanha dinâmica, com apenas uma lista. Mas desta vez estão na disputa com três candidaturas separadas: Raam (islamita moderado), Hadash (laico) e Balad (nacionalista).
No sistema proporcional israelense, uma lista deve obter 3,25% dos votos para entrar no Parlamento, com o mínimo de quatro deputados. Caso não alcance a cláusula de barreira, o partido fica sem representantes na Knesset.
A divisão dos partidos árabes provoca o risco de que não alcancem o resultado mínimo, o que favoreceria a vitória de Netanyahu e seus aliados.
"Sem a nossa presença, a direita formará um governo majoritário. Para impedi-los, precisamos de vocês. Seu voto pode fazer a diferença", disse Ahmed Tibi, um dos líderes da lista árabe Hadash-Taal, no domingo.
As eleições acontecem em um momento de tensão na Cisjordânia ocupada, com dois atentados executados por palestinos nos últimos dias, incluindo um que matou um civil israelense no sábado em Hebron (sul), uma cidade que é foco de crise com colonos israelenses.
Após uma série de atentados contra Israel nos últimos meses, o exército efetuou mais de 2.000 operações na Cisjordânia, um território palestino ocupado desde 1967.
As operações, concentradas em particular em Jenin e Nablus (norte), muitas vezes provocam confrontos e deixaram mais de 120 mortos do lado palestino, o maior número de vítimas em sete anos.
"Sabemos que estas eleições não designarão um companheiro para paz e, apesar disso, afirmamos à comunidade internacional que deve exigir ao próximo primeiro-ministro israelense que se comprometa a acabar com a ocupação e o conflito", declarou na segunda-feira o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh.
Nesta terça-feira, o exército israelense fechou os pontos de acesso à Cisjordânia e à Faixa de Gaza, exceto para os casos de emergência humanitária.
Fonte: correiobraziliense
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