23 de Novembro de 2024

Álcool, sexualidade, código de vestimenta: o que espera os torcedores no Catar


crédito: ODD ANDERSEN / AFP

Quais recomendações podem ser dadas aos torcedores que irão ao Catar para acompanhar de perto a Copa do Mundo de 2022? Em relação ao consumo de álcool, sexualidade, código de vestimenta e comportamento, os visitantes que estarão presentes no emirado durante a disputa do torneio (de 20 de novembro a 18 de dezembro) precisam seguir certas regras a esse respeito.

Somente pessoas que possuem ingressos para uma partida estão autorizadas a entrar no Catar a partir do dia 1º de novembro, acompanhadas por um máximo de três convidados, que devem pagar uma 'taxa de inscrição' de 500 rials cataris (140 euros ou dólares), exceto no caso de crianças menores de 12 anos de idade.

No final da fase de grupos, em 2 de dezembro, não será mais necessário ter um ingresso para entrar no país. No entanto, ainda será obrigatório se registrar online para obter um cartão Hayya, que tem a função de visto. As taxas de entrada de 500 rials também deverão ser adquiridas para pessoas com mais de 12 anos de idade.

Ter uma acomodação, reservada pela plataforma oficial dos organizadores ou por outros meios, é obrigatória para espectadores que vão permanecer no país por mais de 24 horas.

O consumo de álcool é legal para não-muçulmanos com mais de 21 anos, mas é estritamente regulamentado. É proibido levar álcool nas malas, mesmo que o produto tenha sido adquirido em "duty free". Os moradores podem comprar em uma loja autorizada, mas os visitantes não. Estes podem beber na maioria dos hotéis internacionais, onde uma cerveja ou um copo de vinho pode custar cerca de dez dólares e um coquetel mais de quinze.

As barracas de venda de cerveja abrirão no entorno dos estádios três horas antes do início das partidas e fecharão trinta minutos antes do início desses jogos. Elas vão reabrir durante uma hora após o apito final. Na principal 'fan zone' da Fifa, o consumo de álcool só será possível após as 18h30. Nas outras 'fan zones' (algumas pagas), as regras variam.

As drogas também são ilegais. "Considere uma penalidade severa (prisão, multa, expulsão do país) por posse, mesmo em pequenas quantidades", alerta a embaixada do Reino Unido a seus cidadãos.

A embaixada dos Estados Unidos também recomenda verificar a legalidade de seus tratamentos médicos, "especialmente estimulantes e analgésicos fortes", e viajar com receita médica. Recomenda-se também não importar carne suína ou produtos que possam ser "percebidos como pornografia" (vídeos ou brinquedos sexuais).

O véu não é obrigatório para as mulheres. O que é recomendado para todos é se vestir "de maneira recatada" em público, cobrindo os ombros até os joelhos. Em edifícios oficiais esta norma é aplicada. Nos locais frequentados por expatriados e visitantes, essa regra é pouco respeitada.

Levando em conta as temperaturas (de 15 a 30 graus) e o uso frequente do ar condicionado, recomenda-se trazer também agasalhos.

As relações sexuais fora do casamento são proibidas em teoria, mas os serviços de saúde não perguntarão às mulheres que precisam de tratamento médico se são casadas ou não, até mesmo se estiverem grávidas.

As embaixadas recomendam que as vítimas de agressão sexual entrem em contato com os serviços consulares perante as autoridades.

Apesar das leis que criminalizam os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, o site do cartão Hayya garante que não há "restrições" que impeçam "casais não casados de sexos diferentes ou casais (incluindo LGBTQ+) de se hospedarem no mesmo quarto".

"A vida privada no Catar é amplamente respeitada", diz a embaixada do Reino Unido. No entanto, alerta, assim como os organizadores, que demonstrações de afeto em público, independentemente de sexo ou orientação sexual, “podem ser consideradas ofensivas".

"Atividades como manifestações, reuniões de grandes grupos, proselitismo religioso ou defesa do ateísmo e discursos críticos ao governo do Catar ou do Islã podem ser processados criminalmente”, indica a embaixada norte-americana.

A Fifa insiste que as bandeiras do arco-íris são bem-vindas nos estádios, mas o Catar pede cautela do lado de fora. É proibido fotografar pessoas sem a sua autorização, assim como edifícios de instituições governamentais, militares e obras. Tampouco é permitido jogar lixo ou cuspir na rua.

Um centro consular ficará aberto até 25 de dezembro, das 10h às 22h, no bairro central de West Bay, fora da estação DECC do metrô.

O Catar, que "espera engarrafamentos", recomenda que os visitantes deem prioridade ao transporte público, gratuito para os portadores de ingressos graças ao cartão Hayya.

O metrô (que chega a cinco dos oito estádios) estará aberto das 6h às 3h da madrugada todos os dias, exceto na sexta-feira, quando começará a funcionar às 9h. O tráfego de ônibus será intenso para chegar aos estádios, ao aeroporto, a alguns alojamentos e às principais 'fan zones'. Haverá também táxis e VTC disponíveis.

Em algumas estradas existem faixas reservadas para ônibus, táxis, veículos médicos e oficiais. Quem transitar por essas vias sem autorização corre o risco de receber uma multa de 500 rials (140 euros ou dólares).

Nem a vacinação contra a covid-19 nem os testes de PCR ou antígeno são obrigatórios para entrar no Catar a partir de 1º de novembro. No local não será necessário realizar testes exceto em caso de sintomas ou no dia seguinte ao contato com um caso positivo. Os visitantes não imunizados serão obrigados a usar uma máscara por dez dias.

Qualquer pessoa que testar positivo será obrigada a se isolar por cinco dias e depois usar uma máscara durante cinco dias.

Para todos, o uso de máscara e a verificação do aplicativo de rastreamento Ehteraz (no qual todos os visitantes maiores de 18 anos devem se registrar antes do início de sua viagem) serão obrigatórios apenas nos centros de saúde.

O conjunto de hospitais, centros médicos, clínicas e farmácias, privadas ou públicas, estará acessível aos visitantes. O número de telefone de emergência no Catar é 999 e haverá uma linha específica de assistência médica em funcionamento no 16000.

Fonte: correiobraziliense

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