23 de Novembro de 2024

G20 volta a condenar ações da Rússia na guerra contra a Ucrânia


crédito: Saul Loeb/AFP

O G20 —  grupo formado pelas 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia — encerrou ontem sua cúpula, na ilha indonésia de Bali, com uma condenação majoritária à Rússia e apelos renovados pelo fim da guerra na Ucrânia. A reunião foi impactada pela onda de bombardeios russos contra Kiev e pela queda de um míssil na Polônia. Ao fim do encontro, os países-membros emitiram um comunicado conjunto, o primeiro desde fevereiro de 2022, o qual critica a invasão à Ucrânia e destaca o grave impacto do conflito na economia global. 

O comunicado final do G20 reconhece "outros pontos de vista", mas afirma que "a maioria dos membros condena de maneira veemente a guerra na Ucrânia e destaca que está provocando um imenso sofrimento humano". Também aponta que o conflito "afetou de maneira ainda mais negativa a economia global" e considera "inadmissível" o uso de armas nucleares ou a ameaça de recorrer a este tipo de armamento, como o fez de maneira velada o presidente russo, Vladimir Putin.

Com as tensões geopolíticas existentes e a falta de acordo em todas as reuniões preparatórias, poucos esperavam a aprovação de uma declaração conjunta, que exige unanimidade. Menos ainda uma condenação, mesmo não sendo unânime, ou a citação do conceito "guerra na Ucrânia", vetado na Rússia. Em seu segundo discurso por videoconferência na reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a queda do míssil na Polônia era uma "mensagem" de Moscou para o G20.

O encontro de cúpula na ilha indonésia foi precedido por um longa reunião entre Biden e o presidente chinês, Xi Jinping, em que ambos tentaram impor limites à crescente rivalidade entre as duas potências e encontraram um tema comum na guerra na Ucrânia. Embora a China, assim como a Índia, tenha evitado condenar a guerra e criticar diretamente seu aliado em Moscou, o país convocou os dois lados a negociar, denunciou a ameaça de uso de armas nucleares e criticou a instrumentalização bélica de alimentos e da energia.

"A China pode desempenhar um papel de mediação maior ao nosso lado nos próximos meses", comentou o presidente francês, Emmanuel Macron, para quem a cúpula envia "uma mensagem muito clara" à Rússia. A segurança alimentar e energética figurou como uma das principais preocupações do encontro, que teve a participação de alguns dos países mais afetados pelo aumento dos preços, como a Turquia e Argentina.

No comunicado final, os países-membros solicitaram a prorrogação do acordo entre Kiev e  Moscou para a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro, que termina no sábado. Um dos mediadores do acordo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou-se convencido de que o pacto seguirá em vigor.

Fonte: correiobraziliense

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