Milhares de pedaços de plástico do mundo todo estão poluindo o litoral de uma remota ilha do Atlântico Sul, segundo ambientalistas e pesquisadores.
O lixo encontrado na costa sudoeste da Ilha de Ascensão veio de países como China, Japão e África do Sul, dizem os ativistas.
A equipe de pesquisadores e ativistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL) passou cinco semanas avaliando o tamanho da poluição no local.
Mais de 900 espécies de vida marinha estão ameaçadas pela poluição, segundo eles.
A Ilha de Ascensão possui uma grande variedade de espécies nativas e elas estão sendo afetadas pela poluição plástica. É o caso do caranguejo terrestre, da ave fragata e de várias espécies de tubarões, tartarugas, peixes e aves.
A ilha remota, que pertence ao Reino Unido, tem sido alvo de muitos projetos de conservação de biodiversidade.
"Há muito plástico sendo mal usado. É de partir o coração", diz a bióloga marinha Fiona Llewellyn, da ZSL, à BBC. Ela diz que grandes empresas e governos precisam assumir a responsabilidade pela poluição que causam.
Llewellyn e sua equipe encontraram mais de 7 mil pedaços de plástico durante sua expedição.
A pequena ilha, com população de apenas 800 pessoas, está preocupada com a poluição. Apenas uma pequena quantidade de plástico no seu litoral vem da própria ilha. Llewellyn afirma: "É fácil ver que a maior parte vem de outros lugares".
Os animais estão ingerindo o plástico e ficando enrosacados nele, o que pode causar danos. Há preocupações crescentes sobre o microplástico entrando na cadeia alimentar.
Os tipos de plástico mais comuns na ilha são garrafas, pedaços de plástico rígido que se quebraram, equipamentos de pesca e pontas de cigarro.
Grande parte do lixo acaba encalhado em penhascos que são difíceis e perigosos de alcançar. "Foi realmente um desafio descer as rochas para chegar a este litoral e contar todo o plástico que estava lá", diz ela.
A equipe de conservação da ZSL trabalha com o governo da Ilha de Ascensão, o St Helena National Trust, o governo de Santa Helena, a Universidade de Exeter e a Universidade Nelson Mandela da África do Sul em um esforço para combater a poluição plástica.
O projeto total terá duração de três anos e consiste em monitorar as correntes e o movimento da água, identificar as garrafas plásticas, avaliar suas datas de validade e produção e entender quando e onde elas podem ter entrado na água.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63659503
Fonte: correiobraziliense
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.