23 de Novembro de 2024

Reino Unido repudia detenção de jornalista da BBC durante protestos na China


crédito: AFP

O Reino Unido protestou, ontem, contra a violenta detenção de um jornalista da rede BBC durante a cobertura dos protestos contra a política de "covid zero" na China. Segundo o grupo britânico, Ed Lawrence apanhou da polícia e foi algemado enquanto cobria protestos em Xangai. "A BBC está extremamente preocupada", assinalou um comunicado divulgado pelo conglomerado de comunicação sobre o incidente, que agrava as tensões entre Londres e Pequim.

A nota acrescenta que Lawrence "foi espancado e chutado pela polícia" durante as várias horas de detenção, apesar de ser um jornalista credenciado no país. "A liberdade de imprensa e a liberdade de manifestação devem ser respeitadas", reagiu o ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly. "Nenhum país está isento", acrescentou.

O chefe da diplomacia britânica chamou a detenção de Lawrence de "profundamente preocupante" e enfatizou no Twitter que "os jornalistas devem ser capazes de fazer seu trabalho sem serem intimidados". O ministro britânico para as Empresas, Grant Shapps, também considerou "inaceitáveis e preocupantes" os atos de violência denunciados. "A liberdade de imprensa deve ser sagrada", disse à rádio LBC.

Pressionado, o governo de Xi Jinping deu sua versão para o episódio. "Com base no que sabemos das autoridades competentes de Xangai, ele não se identificou como jornalista e não mostrou de maneira voluntária sua credencial de imprensa", declarou o porta-voz da chancelaria chinesa, Zhao Lijian, antes de pedir aos repórteres estrangeiros que "sigam as leis e normas chinesas quando estiverem na China".

Entretanto, a nota divulgada pela BBC destaca que o grupo não recebeu "qualquer explicação, ou pedido de desculpas, das autoridades chinesas, além da alegação dos oficiais, que posteriormente o libertaram, de que o tinham detido para seu próprio bem, caso contraísse covid da multidão". A explicação, porém, não foi considerada "crível".

Também em nota, a União Europeia de Radiofusão (UER), a maior aliança de veículos públicos do mundo, criticou as "agressões" sofridas na China por jornalistas.

Em uma postagem no Twitter, Lawrence agradeceu a seus seguidores e acrescentou que ao menos um cidadão chinês "foi detido depois de tentar impedir que a polícia me agredisse". Após ser liberado pela polícia, o repórter retornou ao local dos protestos.

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Fonte: correiobraziliense

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