Washington, Estados Unidos- A possível candidatura de Joe Biden a um segundo mandato presidencial é um segredo bem guardado em Washington. O único que não parece esconder isso é o próprio interessado.
A viagem ao Arizona nesta terça-feira (6) mostra que, aos 80 anos, o líder democrata prepara o terreno para seguir na Casa Branca até chegar aos 86.
É a primeira vez que ele vai ao Arizona como presidente e, embora o motivo oficial seja promover uma nova fábrica de semicondutores em Phoenix, é inegável que este estado do sudoeste dos Estados Unidos, bastante dividido entre republicanos e democratas, será chave na campanha presidencial.
Biden considera um grande sucesso o resultado das eleições legislativas de meio de mandato de novembro, nas quais os republicanos não conseguiram recuperar o Senado e conquistaram o controle na Câmara de Representantes por uma maioria estreita, muito distante da "onda vermelha", a cor dos conservadores, que apontavam as previsões.
Seu rival e antecessor republicano Donald Trump lançou sua campanha para 2024 em um clima pouco favorável. Biden, por sua vez, desfruta do melhor momento de seu primeiro mandato.
A economia americana desafia os prognósticos de uma grave recessão.
Os grandes programas de investimentos adotados por seu governo e aprovados pelo Congresso nos últimos dois anos começam a render frutos, injetando dinheiro na fabricação de produtos de alta tecnologia, como os semicondutores, na energia verde, mas também em infraestruturas mais tradicionais como rodovias e pontes.
No âmbito externo, a aliança contra a invasão russa da Ucrânia liderada pelos Estados Unidos segue de pé depois de quase dez meses e se contrapõe à sensação de fracasso dos americanos no Afeganistão.
Em Washington, Biden acaba de concluir uma bem-sucedida visita de Estado com o presidente francês Emmanuel Macron.
Na semana passada, depois da publicação de dados de emprego satisfatórios, Biden jactou-se de que "as coisas estão seguindo na direção certa". Não parece uma declaração de alguém que pensa em deixar o cargo.
Assim que, embora Biden tenha dito que não tomará uma decisão até "o início do ano que vem", muitos de seus colaboradores acreditam que ele já está decidido.
O presidente vai decidir "pouco depois das festas" de fim de ano, disse o chefe de gabinete de Biden, Ron Klain, ao Wall Street Journal na segunda-feira, ao detalhar que espera que o mandatário tente a reeleição.
"Espero que se candidate", opinou Hakeem Jeffries, que, a partir de janeiro, será o líder da bancada democrata na Câmara dos Representantes, em declarações a emissora Fox News no domingo.
Contudo, caberão aos médicos e à família do presidente decidir se Biden será candidato ou não.
O líder democrata apresenta algumas condições relacionadas com o envelhecimento: certa rigidez ao andar - e quedas - e problemas frequentes na fala.
No entanto, há um ano, o médico da Casa Branca concluiu que ele estava "apto" para desempenhar suas funções.
Mas Biden continuará assim dentro de dois anos?
O presidente já passou por alguns exames médicos e se submeterá a mais, cujos resultados serão tornados públicos "nos próximos meses", disse ontem a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Fonte: correiobraziliense
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