22 de Novembro de 2024

Jogadora de basquete Brittney Griner chega aos EUA após acordo com a Rússia


crédito: Russian State Media / AFP

Moscow, Rússia-A estrela do basquete americano Brittney Griner chegou ao seu país na manhã desta sexta-feira (9) após ser libertada de uma prisão russa em troca do traficante de armas russo Viktor Bout, conhecido como "o mercador da morte", preso nos Estados Unidos.

Griner pousou no Texas às 07h40 (horário de Brasília), de acordo com imagens da CNN e da Fox News.

A troca dos dois presos - Griner, de 32 anos, presa na Rússia em fevereiro acusada de tráfico de drogas, e Viktor Bout, 55, condenado a 25 anos de prisão em uma prisão nos Estados Unidos - ocorreu em um aeroporto de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).

Em um vídeo divulgado pela agência russa TASS, uma figura alta com uma jaqueta vermelha entra em uma pista e um homem baixo e sorridente com um bigode grisalho sai ao seu encontro. Os homens de terno que os acompanham se cumprimentam de ambos os lados e partem na direção oposta.

Nas imagens da troca, a atleta aparece com os cabelos soltos, sem os tradicionais dreadlocks longos.

"Alguns momentos atrás, falei com Brittney Griner. Ela está segura. Ela está em um avião. Ela está a caminho de casa", disse o presidente Joe Biden em um breve discurso na Casa Branca.

"Também quero agradecer aos Emirados Árabes Unidos por terem nos ajudado a facilitar a libertação de Brittney", acrescentou, comentando que a atleta estava com o "moral elevado", apesar do "trauma" sofrido.

A esposa da atleta, Cherelle Watson Griner, se disse "tomada pelas emoções": "Minha família está completa", afirmou, expressando seus agradecimentos ao governo democrata.

Por sua vez, a comissária da WNBA (a liga americana de basquete feminino), Cathy Engelbert, assegurou que a jogadora esteve presente na mente e nos corações de todos os integrantes da liga enquanto esteve presa.


A preocupação de todos na WNBA "se transformou agora em uma onda coletiva de alegria e alívio", acrescentou Engelbert em nota.

"Parabéns para o governo de Joe Biden pelo difícil trabalho diplomático que foi necessário realizar para chegar a esta libertação", tuitou o ex-presidente Barack Obama, que é fã de basquete.

A Arábia Saudita também participou do processo de troca, segundo um comunicado conjunto com os Emirados Árabes Unidos, que especifica que "a mediação foi realizada" pelo presidente dos Emirados, Mohammed bin Zayed, e pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman.

Biden agradeceu a Abu Dhabi, mas a Casa Branca minimizou o papel dos dois países árabes na troca.

"Os únicos países que participaram das negociações são os Estados Unidos e a Rússia", disse Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca.

Um alto funcionário dos EUA disse que a conversa com Moscou se concentrou na libertação de Griner e que Washington somente informou a Ucrânia e outros aliados sobre o andar das negociações.


Outro americano detido na Rússia, o ex-militar Paul Whelan, não foi incluído na troca. "Mesmo que não tenhamos conseguido garantir a libertação de Paul, nunca desistiremos", frisou Biden.

Falando à CNN por telefone da colônia penal onde está detido na Rússia, Whelan disse que estava "muito decepcionado" por não fazer parte da troca. "Não entendo por que ainda estou aqui", lamentou.

Detido em dezembro de 2018 na Rússia, o ex-militar foi condenado em 2020 a 16 anos de prisão por "espionagem", uma pena que ele denunciou como forjada.


A atleta negra de 32 anos, bicampeã olímpica, foi presa em fevereiro em um aeroporto de Moscou com cápsulas de vaporizador, um tipo de cigarro eletrônico, que continham óleo de cannabis (maconha), produto proibido na Rússia.

Ela explicou que usava a substância para aliviar as dores relacionadas aos treinos intensivos de basquete, mas foi condenada em agosto a nove anos de prisão.

Depois que seu recurso foi rejeitado, ela foi transferida em novembro para uma colônia penal na Mordóvia, no centro da Rússia. Seus seguidores sempre denunciaram que a atleta era uma espécie de refém de Moscou para barganhar com Washington em meio ao conflito na Ucrânia.

O nome de Viktor Bout foi mencionado no verão boreal (inverno no Brasil).

Famoso traficante de armas russo preso na Tailândia em 2008, ele foi condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos.

Apelidado de "mercador da morte", sua carreira serviu de inspiração para o filme "O Senhor da Guerra", no qual Nicolas Cage interpreta um cínico traficante de armas.

O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse a Bout em uma mensagem de vídeo que estava ciente de que ele foi submetido a "uma forte pressão física e moral" na prisão, segundo a agência de notícias russa TASS.

A televisão estatal russa o mostrou sorrindo ao chegar a Moscou, onde foi recebido pela família.

"Eles me acordaram no meio da noite e me disseram para pegar minhas coisas. Não havia informações claras de antemão", disse Bout à emissora Rossiya 24. "Cheguei aqui, isso é o mais importante", acrescentou.

Fonte: correiobraziliense

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