04 de Outubro de 2024

Covid na China: como o país tenta conter nova onda após relaxamento de regras


Hospitais na China ficaram lotados de pacientes com covid depois que o país relaxou suas regras de confinamento.

O governo diz que agora vai intensificar seu programa de vacinação, após críticas de que imunizou relativamente poucas pessoas até agora. Entenda:

Após protestos em massa sobre sua polêmica política de "covid zero", a China abandonou os testes em massa em cidades e regiões onde houve surtos.

As pessoas agora podem ficar em casa se tiverem sintomas leves de covid, em vez de serem enviadas para um centro de quarentena.

Oficialmente, a China tem registrado um número relativamente baixo de casos de covid e um pequeno número de mortes.

Com o fim do programa de testes em massa, as autoridades chinesas não têm mais dados confiáveis ??sobre o número de infecções por covid.

No entanto, há relatos de hospitais lotados de pacientes. E a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu dados específicos sobre a gravidade da doença e internações hospitalares no país.

Os números oficiais de novembro sugerem que as autoridades de saúde chinesas vacinaram 40% dos maiores de 80 anos com duas doses de vacinas e uma de reforço.

Pessoas nessa faixa etária são as mais vulneráveis ??ao vírus.

O dado representa uma grande melhoria em relação ao desempenho anterior da China.

Em abril de 2022, menos de 50% das pessoas com idade entre 70 e 79 anos tinham recebido duas vacinas e uma dose de reforço, e a taxa era de menos de 20% para as pessoas com mais de 80 anos.

A China agora estabeleceu uma meta para que 90% da população acima de 80 anos recebam as duas vacinas iniciais, ou ambas mais um reforço, até o final de janeiro.

No entanto, a vacinação, sozinha, pode não ser suficiente para interromper o aumento nos casos de covid.

Especialistas acreditam que, como a população chinesa ficou muito confinada, muitas pessoas não adquiriram "imunidade híbrida" - ou seja, não ganharam proteção adicional como resultado de serem vacinadas e terem sido expostas ao vírus vivo.

Quando o governo da China começou a distribuir vacinas no final de 2020, priorizou a população em idade produtiva. Não testou suas vacinas em muitos idosos e disse a eles que não poderia dizer se eram seguras para essa faixa etária.

O chefe do painel de especialistas em covid da China, professor Liang Wannian, diz que isso deixou algumas pessoas relutantes em receber suas vacinas.

"Muitos idosos têm outras doenças", diz ele. "Eles acham que não será seguro ser vacinado."

A China aplicou apenas vacinas produzidas no país: Coronavac, fabricada por uma empresa chamada Sinovac, e Sinopharm.

Ambas usam partes de um coronavírus morto para expor o corpo à covid e estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o vírus.

Um estudo dos EUA sugere que a Sinovac - a mais amplamente utilizada entre as duas - é apenas 66% eficaz na proteção contra a infecção por covid e 86,3% eficaz na prevenção da morte.

Tanto a Sinovac quanto a Sinopharm são menos eficazes do que as vacinas de mRNA produzidas pela Pfizer e Moderna.

Estas treinam o sistema imunológico para atacar a proteína spike no vírus - a parte do vírus que infecta as células do corpo. Oferecem 90% de proteção contra doenças graves ou morte.

Desde o início da pandemia, outros 64 países usaram a Sinopharm e 34 usaram a Sinovac.

Elas têm sido especialmente populares em países asiáticos como Indonésia, Tailândia, Malásia, Vietnã e Filipinas.

As vacinas chinesas podem ser armazenadas na geladeira entre 2 e 8°C, enquanto a vacina de mRNA da Moderna precisa ser armazenada a -20°C e a da Pfizer, a -70°C.

Muitos países em desenvolvimento usam as vacinas da China porque não possuem instalações para armazenar grandes quantidades de vacinas em temperaturas tão baixas.

A China afirma ter fabricado cerca de metade de todo o estoque mundial de vacinas contra a covid.

Até agora, o governo recusou-se a aprovar as vacinas ocidentais de mRNA para uso doméstico. A Alemanha enviou doses da vacina da Pfizer para a China, mas elas serão administradas apenas a residentes estrangeiros.

Acredita-se que a China esteja desenvolvendo sua própria vacina de mRNA, mas não se sabe quando ela estaria disponível.

O país supostamente pediu à empresa americana Moderna que fornecesse a tecnologia por trás de sua vacina de mRNA, mas a empresa se recusou a fazer isso.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64076357

Fonte: correiobraziliense

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