22 de Novembro de 2024

Os 5 países mais seguros para mulheres viajarem sozinhas


Depois de uma longa pausa nas viagens devido à pandemia de covid-19, as pessoas não estão mais esperando por uma companhia para fazer as malas. A disposição para viajar sozinho segue aumentando em todo o mundo, especialmente entre as mulheres.

Uma pesquisa da companhia Norwegian Cruise Line mostrou que um em cada três viajantes prefere viajar sozinho — e as mulheres mais velhas, em particular, estão impulsionando esta tendência.

Segundo uma pesquisa interna da rede de viagens Virtuoso, o maior aumento das viagens solo em 2022 ocorreu entre mulheres com 65 anos ou mais. Elas representavam apenas 4% dos viajantes solo em 2019, mas esse percentual subiu para 18% em 2022.

Apesar desta crescente tendência, as mulheres ainda encontram dificuldades únicas quando se aventuram no exterior sozinhas. Embora todos os lugares do mundo devessem ser seguros para as mulheres viajarem, a realidade é que as mulheres ainda enfrentam discriminação e receio em relação à segurança em toda parte.

Por isso, muitos países concentram seus esforços para aumentar a segurança das mulheres e avaliar os comportamentos das moradoras locais para garantir sua segurança no próprio país.

Para encontrar os lugares que estão avançando mais no que se refere à segurança e à igualdade para mulheres viajantes, consultamos o Índice de Paz e Segurança das Mulheres (WPS, na sigla em inglês), da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos; o relatório sobre a Desigualdade de Gênero Global, do Fórum Econômico Mundial; e o Índice da Paz Global (GPI, na sigla em inglês), do Instituto de Economia e da Paz, um think tank sediado em Sydney, na Austrália.

Em seguida, conversamos com mulheres que viajaram sozinhas para os países mais bem avaliados para entender o que fez com que elas se sentissem seguras, ouvir suas dicas de viagem e descobrir as melhores coisas para ver e fazer como uma aventureira solo.

A Eslovênia está no topo do índice WPS na Europa central e oriental. A nação fez grandes avanços na percepção da segurança das mulheres nos últimos anos. Segundo o índice, 85% das mulheres se sentem seguras no país.

Quando Claire Ramsdell chegou pela primeira vez à capital e maior cidade da Eslovênia, Liubliana, ela passeou à noite pelas ruas, tirando foto.

"Poderia ter sido uma experiência arriscada em outros lugares, mas, neste caso, foi um prazer", afirma Ramsdell, que é consultora de aventuras da agência de viagens Wildland Trekking e mantém o blog de viagens The Detour Effect.

"Ninguém nunca me perturbou durante minha estada no país e nunca tive problemas com transporte, barreiras de idioma ou qualquer coisa que, às vezes, pode parecer intimidador de resolver quando você está sozinha."

Ramsdell também descobriu que a cidade é muito agradável para andar a pé e que o transporte público ao redor do país é vasto e confiável. Para quem quer se juntar a viajantes com uma mentalidade parecida, ela recomenda os sites Ljubljanayum Food Tours e Food Tour Ljubljana.

Seja viajando sozinho ou em grupo, ela sugere provar o štruklji de nozes e trigo sarraceno, uma massa recheada, da confeitaria Moji Štruklji — "uma das melhores sobremesas que existem", segundo ela. E também recomenda o sorvete da confeitaria Cacao, mundialmente conhecido.

Ávida por trilhas, Ramsdell foi à Eslovênia explorar especificamente as montanhas alpinas e a natureza abundante do país. E descobriu que eles oferecem um mix ideal de solidão e segurança.

"Embora eu me sentisse muitas vezes como estando em um ambiente selvagem, eu sempre sabia que havia uma cidade por perto se surgisse algum tipo de emergência", afirma Ramsdell.

"Eu não me sentia totalmente sozinha, o que dava uma paz de espírito."

Ela recomenda conhecer o Rio So?a e suas águas azul-turquesa, no lado ocidental do país, perto da fronteira com a Itália, que foi uma das locações do filme As Crônicas de Nárnia.

Enquanto os andarilhos podem desfrutar de caminhadas tranquilas ao longo do curso d’água, aqueles que viajam de carro podem parar para explorar as pontes suspensas para pedestres sobre o rio.

Com 55% das cadeiras ocupadas por mulheres, Ruanda ocupa o primeiro lugar no mundo por sua igualdade de gênero no Parlamento, segundo o WPS.

O país também ocupa uma alta posição na percepção de segurança comunitária do índice, e está em sexto lugar no mundo no Índice de Igualdade de Gênero Global, que avalia a disparidade de gênero de cada país em termos de economia, educação, assistência médica e participação política.

Rebecca Hansen observou de perto essa igualdade quando se mudou da Dinamarca para Ruanda em 2019. Ela percebeu que é extremamente seguro viajar sozinha no país africano.

"Existe polícia, segurança e exército em quase todos os locais, a qualquer hora do dia e da noite", diz ela. "No começo, pode parecer intimidador, mas você aprende rapidamente que todos aqueles uniformes são de pessoas amistosas, sempre dispostas a ajudar."

Hansen afirma que as pessoas, de forma geral, não te incomodam, mas podem tentar praticar o inglês, perguntando eventualmente "como vai?" ou dando "bom dia", especialmente crianças em idade escolar.

O inglês e o francês são idiomas oficiais de Ruanda, ao lado do quiniaruanda e do suaíli, o que reduz a barreira de idioma no país. Mesmo as pessoas que não falam inglês se dispõem a ajudar e indicar caminhos se você se perder, segundo ela.

Depois do genocídio do povo tutsi em 1994, Ruanda desenvolveu um trabalho modelo de pacificação e reconciliação interna. O país mantém diversos memoriais, mas Hansen sugere visitar o Memorial do Genocídio da capital, Kigali. Ele mostra não só a história do genocídio no país, mas também outros exemplos pelo mundo, além dos riscos e ameaças que seguimos enfrentando até hoje.

Embora seja caro, observar os gorilas-das-montanhas do país é um programa obrigatório para qualquer visitante. Hansen também recomenda o Parque Nacional de Nyungwe, no sudoeste de Ruanda, e o Parque Nacional dos Vulcões, no norte do país, para ver primatas — ou o Parque Nacional de Akagera, no leste, para safáris fotográficos.

Com os índices mais altos do WPS no Oriente Médio e norte da África devido à escolaridade e à inclusão financeira das mulheres, os Emirados Árabes Unidos seguem liderando a igualdade de gênero na região.

Recentemente, o país atingiu a paridade de gênero no Parlamento. E também detém a avaliação mais alta de todos os países na categoria segurança comunitária, com 98,5% das mulheres com mais de 15 anos afirmando que se sentem "seguras ao andar sozinhas à noite na cidade ou na região onde moram".

Dubai, especificamente, foi considerada a cidade mais segura para mulheres que viajam sozinhas, segundo um índice da empresa de seguros de viagem Insure My Trip.

A influenciadora Sandy Aouad, que divide seu tempo entre Paris e Dubai, afirma que sempre se sentiu segura na cidade, mesmo na periferia. "Uma vez, o pneu do meu carro furou. Deixei meu carro no meio do deserto, destravado e com as chaves dentro", relembra.

"Eu sabia perfeitamente que podia confiar no táxi que viria me pegar e tinha certeza de que o carro estaria seguro." Para viajantes solo, Aouad recomenda um safári no deserto, que é uma forma fácil de conhecer pessoas interessantes. Mas, se você tiver sede de aventura, ela pessoalmente adorou saltar de paraquedas em Dubai, sobre a ilha em formato de palmeira.

Fonte: correiobraziliense

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