A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) realiza, a partir de sexta-feira (14/4), sua convenção anual, em Indianápolis, nos Estados Unidos, na qual o ex-presidente americano Donald Trump e o governador da Flórida, Ron DeSantis, devem discursar para os participantes.
O encontro acontece em meio aos crescentes apelos por leis de armas mais rígidas no país, após um número recorde de massacres em 2023.
Segundo o Gun Violence Archive, houve 146 ataques a tiros no país desde janeiro.
Fundada em 1871 como um grupo recreativo destinado a "promover e encorajar o tiro com rifle", a Associação Nacional do Rifle se tornou uma das organizações políticas mais poderosas dos Estados Unidos.
Faz um forte lobby contra todas as formas de controle de armas e argumenta ativamente que mais armas tornam o país mais seguro.
A organização se baseia e defende com firmeza uma interpretação contestada da Segunda Emenda à Constituição dos EUA, que ela afirma dar aos cidadãos americanos o direito de portar armas.
A associação financia diretamente políticos e legisladores dos EUA que apoiam seus objetivos.
Wayne LaPierre comanda a NRA desde 1991.
As estimativas em relação à quantidade de membros da NRA variam bastante. A associação afirmou que o número de membros aumentou para aproximadamente cinco milhões em resposta ao massacre na escola Sandy Hook em 2012.
No entanto, alguns analistas acreditam que o número seja próximo a três milhões.
Os atuais membros da NRA incluem a ex-candidata à vice-presidência Sarah Palin e os atores Tom Selleck e Whoopi Goldberg.
A expectativa é de que o ex-vice-presidente Mike Pence se junte a Trump e DeSantis na convenção de 2023, em Indianápolis.
Em 2022, a NRA recebeu US$ 97 milhões em taxas de anuidade, uma queda de mais de 40% em relação ao ano de pico, 2018.
A organização culpou a pandemia de covid-19 pela queda.
No entanto, a NRA ainda conta com um orçamento substancial que usa para tentar influenciar os políticos dos EUA no que se refere à política de armas.
Em 2021, gastou US$ 4,2 milhões em lobby, de acordo com a OpenSecrets, empresa de pesquisa não partidária dos EUA.
Os dados da OpenSecrets sugerem que, desde 2010, a NRA destinou mais de US$ 140 milhões a candidatos às eleições pró-armas.
A NRA também tem influência considerável por meio de seus membros, muitos dos quais vão votar em um candidato com base apenas em sua posição em relação às armas.
A associação classifica os membros do Congresso de A a F, com base em sua percepção de simpatia pelos direitos às armas. Essas classificações podem custar aos candidatos pró-controle de armas seus assentos.
Durante décadas, a NRA se opôs ativamente a medidas que restringiriam a posse de armas, apesar de uma série de massacres a tiros de grande repercussão, incluindo vários em escolas.
O falecido ator Charlton Heston — um ex-presidente da NRA — ficou famoso por segurar um rifle sobre a cabeça após o massacre de Columbine em 1999, dizendo aos defensores do controle de armas que eles teriam que tirar a arma "por cima do meu cadáver".
Em 27 de março, seis pessoas, incluindo três crianças, foram mortas em uma escola em Nashville.
A NRA reagiu pedindo mais segurança nas escolas, em vez de restrições à posse de armas.
O massacre de Nashville foi o pior ataque a tiros em uma escola dos EUA desde que 19 crianças e dois adultos foram mortos em Uvalde, no Texas, em maio de 2022.
A NRA realizou sua convenção de 2022 nos arredores de Houston apenas alguns dias após o ataque de Uvalde, apesar dos apelos generalizados para cancelar o evento.
Em 2018, a associação apoiou uma proposta do então presidente Donald Trump para armar professores e outros funcionários no intuito de impedir ataques com armas — embora muitos professores não queiram estar armados.
Fonte: correiobraziliense
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