Usando uma inteligência artificial (IA), cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, conseguiram identificar um antibiótico capaz de matar a bactéria Acinetobacter baumannii, causadora de infecções resistentes a antibióticos e comum em ambientes hospitalares. Segundo o artigo publicado na revista Nature Chemical Biology, a expectativa é de que a metodologia possa acelerar a descoberta de outros antibióticos para combater mais micro-organismos desafiadores.
Para chegar ao composto, os pesquisadores, primeiro, expuseram a bactéria A. baumannii a aproximadamente 7.500 compostos químicos, na tentativa de averiguar quais conseguiriam impedir seu desenvolvimento. Em seguida, colocaram a estrutura de cada molécula no modelo de IA, o informando se cada estrutura era capaz ou não de inibir o crescimento bacteriano. Dessa forma, o algoritmo aprendeu as características químicas que serviam para coibir a multiplicação da A. baumannii.
Feito o treinamento, os pesquisadores usaram a IA para analisar outros 6.680 compostos. A etapa durou menos de duas horas e rendeu centenas de resultados principais. A equipe, então, escolheu 240 para testes em laboratório. Os experimentos culminaram em nove antibióticos, incluindo um muito potente e explorado, originalmente, para tratar o diabetes. A droga promissora recebeu o nome de abaucina.
"Essa descoberta apóia ainda mais a premissa de que a IA pode acelerar e expandir significativamente nossa busca por novos antibióticos Estou animado porque esse trabalho mostra que podemos usá-la para ajudar a combater patógenos problemáticos, como A. baumannii", afirma, em nota, James Collins, professor do MIT.
A bactéria é identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das resistentes a antibióticos mais perigosas do mundo. Pode causar pneumonia, meningite e infectar feridas, levando à morte. Geralmente encontrada em ambientes hospitalares, a A. baumannii consegue sobreviver em superfícies por longos períodos e tem mecanismos para ficar ainda mais resistentes às drogas disponíveis
"Ela pode sobreviver em maçanetas e equipamentos hospitalares por longos períodos de tempo e pode absorver genes de resistência a antibióticos de seu ambiente. É muito comum encontrar isolados de A. baumannii que são resistentes a quase todos os antibióticos", detalha Jonathan Stokes, que fez pós-doutorado no MIT durante a pesquisa e, agora, é professor-assistente de bioquímica e ciências biomédicas na McMaster University.
Fonte: correiobraziliense
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