Durante evento da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), nesta segunda-feira (5/6), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a pandemia da covid-19 gerou uma inflação alta e persistente no mundo inteiro.
"O BC tem a vantagem de estar muito conectado com outros BCs do mundo. Havia o medo de haver uma grande depressão, como nunca vista antes, mas houve também uma grande coordenação. E a notícia boa é que evitamos a depressão e tivemos uma recessão não tão grande", considerou Campos Neto. "Mas houve efeitos colaterais, que foi a inflação alta e persistente no mundo inteiro", acrescentou.
Segundo Campos Neto, talvez por ele ser dirigente de um BC de um país emergente, havia a desconfiança em relação ao cenário mais benigno apresentado por alguns. Porém, segundo ele, o consumo de bens no mundo até hoje não retornou à tendência pré-pandemia e que em grande parte do mundo, a inflação começou a cair.
Campos Neto lembrou que, assim que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu, houve o desastre de Brumadinho e que, na sequência, veio a pandemia. "Foi um momento difícil", lembrou.
Para o presidente do BC tirando energia e alimentos, o Brasil ainda apresenta uma inflação persistente. Ele comentou que os núcleos de inflação na América Latina têm mostrado uma tendência de queda bastante lenta e que esse movimento é algo que preocupa. "A melhora da inflação é lenta. É preciso persistir", considerou.
O presidente do BC comentou, porém, que o cenário de inflação está um pouco melhor, inclusive de núcleos, com serviços. "O Brasil está muito bem em preços de energia", comparou. Mais uma vez, ele disse que o debate sobre o rumo dos juros no País virou algo discutido pelos brasileiros como os jogos da Copa da Mundo. "Todo mundo tem opinião", disse, acrescentando, porém, que o debate sobre o tema é importante.
Com informações de Agência Estado.
Fonte: correiobraziliense
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