22 de Novembro de 2024

Mulher que diz ter sido demitida "por ser branca" é indenizada em US$ 25,6 mi


crédito: LOIC VENANCE

Os jurados de um tribunal federal condenaram o Starbucks a pagar US$ 25,6 milhões a uma ex-gerente regional que alegou que ela e outros funcionários foram demitidos por serem brancos, em 2018, como parte de uma estratégia da empresa para abafar um escândalo de racismo.  

Shannon Phillips ganhou US$ 600.000 em indenizações compensatórias e US$ 25 milhões em indenizações, depois que um júri em Nova Jersey concluiu que a raça foi um fator determinante na demissão.

A demissão ocorreu em abril de 2018, quando um gerente de loja da Filadélfia chamou a polícia para dois homens negros que estavam sentados na cafeteria sem pedir nada. Phillips, então gerente regional de operações na Filadélfia, que não tinha relação com as prisões, perdeu o emprego menos de um mês depois, após se opor a que outro gerente branco fosse colocado em licença em meio ao tumulto, de acordo com processo.

Na época, a justificativa que a empresa deu para a gerente era de que os gerentes negros das lojas estavam recebendo menos do que os gerentes brancos. Durante o processo, Phillips disse que esse argumento não fazia sentido, uma vez que os gerentes distritais não tinham influência sobre os salários dos funcionários.

Durante o processo, a advogada de Phillips alegou que a Starbucks estava tomando medidas para "punir os funcionários brancos" que trabalhavam na área "em um esforço para convencer a comunidade de que havia respondido adequadamente ao incidente" (de um funcionário chamar a polícia para dois homens negros na loja).

A Starbucks negou as alegações de Phillips, dizendo que a empresa precisava de alguém com um histórico de "força e resolução" durante uma crise e a substituiu por um gerente regional que tinha essa experiência.

Laura Mattiacci, advogada de Phillips, citou o testemunho anterior de um gerente distrital negro, responsável pela loja onde ocorreram as prisões, que descreveu Phillips como alguém amado por seus colegas e que trabalhou sem parar após as prisões.

Rashon Nelson e Donte Robinson, dois homens negros, foram presos em uma cafeteria Starbucks perto da famosa Rittenhouse Square, na Filadélfia, logo depois que o gerente chamou a polícia para informar que dois estavam se recusando a fazer uma compra ou deixar o local. No mesmo dia eles foram liberados das acusações.

O vídeo da prisão provocou protestos em todo o país e levou o atual CEO da Starbucks a pedir desculpas pessoalmente aos homens. Posteriormente, a empresa chegou a um acordo com os dois por uma quantia não revelada e uma oferta de educação universitária gratuita.

A empresa também alterou as políticas das lojas e fechou estabelecimentos em todo o país por uma tarde para treinamento sobre preconceito racial.

Fonte: correiobraziliense

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