A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou ao governo, nesta terça-feira (20/6), uma proposta para a implementação de um sistema regulado de comércio de emissões de carbono no Brasil. O modelo se inspira no adotado na União Europeia de “cap and trade”, que define um limite de emissão anual de 25 mil toneladas de CO² por fontes reguladas e mecanismos de compensação.
Os sistemas de precificação de carbono se impõem de forma crescente no mundo, em particular pelo grande volume de receitas movimentadas, em torno de US$ 95 bilhões no ano de 2022, de acordo com estimativas do Banco Mundial. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou a importância de o país caminhar junto aos países desenvolvidos nesta agenda.
“O setor produtivo e o governo vêm trabalhando em favor da descarbonização da economia e da preservação do meio ambiente. O Brasil participa do esforço global e tem condições de ser um dos líderes da economia de baixo carbono, temos muitas vantagens comparativas que podem se transformar em oportunidade”, afirmou Andrade.
O documento foi entregue ao presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que afirmou que a iniciativa tem potencial para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em 5%, o que seria equivalente a um ganho de US$ 120 bilhões. “Vai atrair investimentos para o Brasil, que é campeão da biodiversidade no mundo”, destacou. “Com o mercado regulado de carbono vamos poder fazer essa compensação, isso vai estimular novas empresas, emprego e ajudar o mundo nas mudanças climáticas”, acrescentou.
A regulação do mercado de carbono é considerada um passo importante para o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE). O lado europeu demonstrou preocupação com os compromissos ambientais por parte do Brasil e pediu um texto mais rígido. Segundo o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, o governo também está preparando uma minuta sobre o tema. “Queremos consolidar isso antes da COP 30 (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima), no final do ano”, destacou.
Fonte: correiobraziliense
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