Sensação de pressão no ouvido, zumbido, vertigem e surdez flutuante. Estes são os principais sintomas da doença de Ménière, chamada também de hidropsia endolinfática. Considerada rara, a doença despertou a curiosidade do público brasileiro ao longo desta semana, depois da atriz Mariana Rios ter revelado que perdeu parte da audição: "Há alguns anos, eu estava em um processo muito acelerado de trabalho, mais do que o normal. Eu me vi muito estressada, não estava feliz. Estava em ascensão, ganhando dinheiro, e de repente, o meu corpo entrou em colapso", revelou a artista.
Conforme o otorrinolaringologista do Hospital Paulista, José Ricardo Testa, o problema ocorre quando há uma distensão do compartimento onde fica armazenada a endolinfa, ou seja, um dos líquidos do labirinto: "Essa distensão provoca um aumento da pressão do líquido dentro do ouvido".
Infecções, estresse, tabagismo, enxaqueca, alterações do sistema imunológico, variações anatômicas do ouvido interno ou predisposição genética são algumas das alterações que podem levar ao aumento desta pressão: "Por ser aparentemente flutuante, a doença pode ser confundida com um mal-estar temporário ou com uma labirintite em seu estágio inicial", afirma José Ricardo Testa.
O otorrinolaringologista destaca que, embora a doença de Ménière seja considerada crônica, existem formas de tratamento que podem ajudar a aliviar os sintomas e minimizar o impacto a longo prazo: "Nos casos mais simples da doença, mudanças no estilo de vida podem ajudar a controlar a Ménière, como uma alimentação balanceada, reduzindo o consumo de sal, açúcar e cafeína, e a prática de exercícios, por exemplo".
O médico ressalta, no entanto, que, nos casos mais graves, o tratamento é medicamentoso, podendo até ser indicada uma cirurgia para seccionar o nervo vestibular: "Remédios para tratar náuseas e vertigens, diuréticos e terapia de reabilitação vestibular, que são exercícios específicos para devolver o equilíbrio ao labirinto, podem ser utilizados".
A doença de Ménière atinge, principalmente, adultos entre 40 e 60 anos. Na maioria dos casos, afeta apenas um ouvido. A recomendação a quem apresenta quadro de surdez é procurar imediatamente um otorrinolaringologista para avaliação. Quanto mais cedo tiver o diagnóstico, maiores as chances de não ter sequelas.
Fonte: correiobraziliense
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