A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou, nesta quinta-feira (29/6), mais uma edição da pesquisa que mede o consumo nos lares do país. Segundo a entidade, os brasileiros consumiram 2,33% mais alimentos e outros produtos de uso doméstico em casa nos cinco primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022.
Influenciado por efeitos sazonais, principalmente por conta da Páscoa, o consumo no mês de maio teve queda de 0,95%, na comparação com o mês anterior. Em relação a maio do ano passado, houve um aumento expressivo no consumo dos lares, de 7,25%. Segundo a associação, a desaceleração da inflação sobre os alimentos, além de reajustes salariais e recursos injetados na economia, contribuíram para a relativa manutenção do índice.
“É um período marcado por ampliação dos programas de transferência de renda que, somando aos reajustes salariais, injeção de recursos na economia e por menor pressão da inflação dos alimentos – sobretudo para famílias com renda mais restrita e que formam os grupos mais sensíveis às variações de preços de alimentos – tornou o consumo nos lares mais consistente até maio”, comenta o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
O principal destaque da pesquisa, apontado pela Abras, foi a diminuição do preço dos cortes de carne bovina nos últimos meses. Entre janeiro e maio, o corte traseiro teve queda de 5,84%, enquanto que o dianteiro recuou 4,64%. Já no período que equivale aos últimos 12 meses, os cortes traseiro e dianteiro tiveram quedas de 12,21% e 11,76%, respectivamente.
Outros tipos de carne também apresentaram recuo nos preços no último mês. O valor do frango congelado diminuiu 1,80% em maio e 4,57% nos cinco primeiros meses deste ano. Além disso, o valor do pernil — que também vem apresentando uma sequência de recuo — registrou queda de 0,34%, em maio.
Segundo o economista-chefe da Ecoagro, Antônio da Luz, a queda no preço da carne reflete também a diminuição no valor dos alimentos, em geral, por conta da elevação da Taxa de Juros pelo Banco Central que, como ele explica, gera uma queda na demanda, o que, por consequência, também faz com que os preços dos produtos fiquem mais baratos.
“Do ponto de vista da demanda, a carne bovina é bastante sensível ao consumo das famílias e à renda da população. Estamos com a renda do brasileiro deprimida, com altos índices de endividamento e inadimplência. Tudo isso prejudica a demanda”, avalia o economista.
Além da carne, outros tipos de alimentos também vêm apresentando queda nos preços nos últimos meses. Um exemplo disso é o óleo de soja e o café torrado e moído, que, desde o início do ano, já apresentam recuos de 17,09% e 3,43%, respectivamente. Já na cesta de hortifrutis, a cebola e a batata lideram as quedas, com diminuições de 41,95% e 10,24%, de forma respectiva, no preço desses produtos,
Com isso, a Cesta AbrasMercado, que contém 35 dos principais produtos de alimentos, bebidas, limpeza, itens de higiene e beleza, registrou queda de 0,14% em maio - mesma variação da cesta de alimentos básicos, com 12 itens. Enquanto a primeira custa em média, atualmente, R$ 750,22, a segunda vale R$ 322,00.
“Os alimentos subiram muito com a inflação. O Banco Central elevou a taxa de juros e estamos observando uma desinflação, onde alguns produtos, como a carne bovina, estão com queda de preços. A inflação de custos também caiu bastante”, acrescenta o economista-chefe da Ecoagro, Antônio da Luz.
*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori
Fonte: correiobraziliense
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.