A taxa de desemprego no país caiu para 8,3% no trimestre encerrado em maio, com o número de brasileiros desocupados recuando para 8,9 milhões. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30/6), esse é o melhor resultado para a taxa de desemprego neste trimestre desde 2015.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre dezembro e fevereiro, houve uma queda de 3,0% (8,6%) na taxa de desocupação. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 15,9%. Já o número de pessoas ocupadas, de 98,4 milhões, ficou estável na comparação trimestral e cresceu 0,9% no ano.
A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio do IBGE, Adriana Beringuy, afirmou que o recuo no trimestre foi mais influenciado pela queda do número de pessoas procurando trabalho do que pelo aumento expressivo de trabalhadores. “Foi a menor pressão no mercado de trabalho que provocou a redução na taxa de desocupação”, explicou.
Beringuy destacou que, embora não tenha havido uma expansão significativa da população ocupada total no trimestre, houve algumas diferenças pontuais em algumas atividades econômicas.
A maioria ficou estável, mas foi observada queda do número de trabalhadores na Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-1,9%, ou menos 158 mil pessoas) e expansão em Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou mais 429 mil pessoas).
“No caso do grupamento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, o crescimento foi impulsionado pelo segmento de Educação e por meio da inserção de empregados sem carteira de trabalho assinada”, detalhou a coordenadora.
Os dados apontaram também que houve um crescimento de empregados no setor público, uma alta de 2,8% na comparação trimestral, totalizando 12,1 milhões de pessoas. O aumento foi puxado pelos trabalhadores sem carteira no setor, que cresceram 14,1% no trimestre e 17,3% no ano.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado manteve-se estável tanto na comparação trimestral quanto na anual, ficando em 12,9 milhões de pessoas. Já o contingente de trabalhadores com carteira foi de 36,8 milhões, ficando estável no trimestre, mas com aumento de 3,5% (mais 1,83 milhão de pessoas) no ano.
O contingente de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) também ficou estável e a taxa de informalidade foi de 38,9% da população ocupada, totalizando 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior também havia sido de 38,9% e, no mesmo trimestre de 2022, 40,1%.
A taxa composta de subutilização (18,2%) totalizou 20,7 milhões de pessoas subutilizadas. Também foi registrada uma queda de 6,2% no trimestre da população desalentada, que desistiu de procurar trabalho, que ficou em 3,7 milhões de pessoas.
A população fora da força de trabalho ficou em 67,1 milhões de pessoas, um aumento de 0,6% na comparação trimestral, o que representa 382 mil pessoas a mais. Na comparação anual, o crescimento foi de 3,6%, um aumento de 2,3 milhões de pessoas. Segundo Beringuy, “a crescente parcela da população em idade de trabalhar indo para fora da força de trabalho não sinaliza expansão do contingente de desalentados, uma vez que esse grupo vem registrando queda desde 2021”.
Em relação ao rendimento real habitual (R$ 2.901), houve estabilidade frente ao trimestre anterior e crescimento de 6,6% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 280,9 bilhões) também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 7,9% na comparação anual.
Entre as atividades econômicas, o cenário foi de estabilidade no trimestre, mas, entre as categorias do emprego, houve expansão no rendimento dos trabalhadores domésticos com carteira (2,9%) e queda no rendimento do setor público (-1,7%).
“O aumento do contingente de trabalhadores do setor público não se refletiu em aumento de rendimento. Provavelmente, isso se deu em função de maior participação de trabalhadores sem carteira no setor e tendência de queda do rendimento mesmo entre os empregados com carteira assinada”, observou a pesquisadora.
Fonte: correiobraziliense
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