Extintos há 40 mil anos, os neandertais são os parentes mais próximos dos homo sapiens. Há um entendimento entre cientistas que esses hominídeos chegaram a coexistir e até acasalar com os humanos modernos. Mas fatores como a competição por comida e abrigo, o fato do grupo viver em menor número e as condições climáticas extremas, com uma onda de frio na Europa Central, estão entre as possíveis causas da extinção. Contudo, o debate sobre o tema é contínuo e ainda não há um consenso no meio científico. Para o especialista em criminologia, Yarin Eski, da Vrije Universiteit Amsterdam, o desaparecimento dos neandertais foi resultado de um "genocídio" causado pelos humanos modernos.
A análise do pesquisador consta no livro Criminologia da espécie humana. Segundo ele, a violência e a exploração em massa são características "definidoras" do ser humano. “Para alcançar a aniquilação total e cometer genocídio, muitas vezes precisamos desumanizar o outro ser humano, imaginando-o como não humano, o que nos permite nos distanciar de sua semelhança. Paradoxalmente, é exclusivamente humano imaginar outros seres humanos como não-humanos; é exclusivamente humano desumanizar”, argumenta Yarin.
Ao citar exemplos históricos, como a colonização europeia nos continentes asiático e americano, e também sobre o nazismo na Alemanha, o especialista defende que a extinção dos neandertais seja interpretada como um genocídio. "A herança humana – e a propagação de si mesma como algo de valor – ocorreu nas costas de atos aparentemente intermináveis de violência, destruição, matança e genocídio", frisa.
Apesar da extinção, remanescentes dos neandertais podem ser encontrados no material genético de alguns humanos modernos. "Até 4% do DNA dos humanos que vivem fora da África, o berço do Homo sapiens, pode ser rastreado até os neandertais. Essa sobreposição mostra que os neandertais se cruzaram com os humanos", explica à revista National Geographic.
Os neandertais tinham hábitos parecidos com os dos humanos modernos. Eles criavam e usavam ferramentas para caça, confeccionavam roupas para se proteger do frio com peles de animais e tinham o pensamento simbólico, pois realizavam rituais. "Alguns sítios arqueológicos produziram contos de águia decorados e objetos que se pensava terem sido usados em rituais de enterro – uma prova, alguns dizem, de pensamento avançado e tradição", pontua à revista científica.
Fonte: correiobraziliense
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