22 de Novembro de 2024

Cientistas aprimoram sistema de monitoramento de pequenas áreas marinhas


Cientistas aprimoraram um sistema de monitoramento por terra com potencial para ajudar na preservação de pequenas áreas marinhas protegidas (MPAs), geralmente não visíveis nos sistemas tradicionais de rastreamento de embarcações. Trata-se do Marine Monitor (M2), que também poderá ser usado para assegurar o cumprimento das regras de proteção desse bioma, como padrões na atividade de barcos e de outras ações humanas.

No trabalho, detalhado ontem na revista Remote Sensing, a equipe usou a ferramenta de coleta de dados do M2 para monitorar a atividade de embarcações, 24 horas por dia, sete dias por semana, em uma MPA próxima a San Diego, nos Estados Unidos, e em outra mais no Atol Turneffe, em Belize, na América Central.

O M2 usou um radar marítimo para registrar o movimento dos barcos. Ao comparar essas informações com dados fornecidos pelo sistema de rastreamento de embarcações baseado em terra (AIS), os pesquisadores constataram que havia discordância. Eles descobriram uma atividade 13 vezes maior de velejadores na Califórnia e 44 vezes mais atividades em Belize.

"Foi impressionante ver quanta atividade o sistema de radar identificou que era desconhecida quando o AIS foi usado sozinho. Haveria dados limitados sobre as atividades humanas e, em última análise, a maior parte do impacto humano nessas áreas marinhas sensíveis poderia ser obscurecido se os pesquisadores utilizassem apenas os sistemas tradicionais", afirma, em nota, Samantha Cope, principal autora do estudo e pesquisadora da Protected Seas, uma organização norte-americana de conservação marinha.

Os pesquisadores também descobriram que os barcos identificados pelo radar não se comportavam de maneira semelhante aos que compartilhavam sua localização via AIS. Eram, geralmente, mais ativos do que indicava o monitoramento tradicional. Esse descompasso de dados pode facilitar a prática de atividades ilegais.

Um estudo de 2022 da mesma equipe, publicado na revista PLOS One, mostrou que os velejadores costumam se agrupar ao longo das margens das AMPs na costa da Califórnia. Segundo os autores, isso indica que estão cientes dos limites da área de preservação e se agrupam fora dela para potencialmente se beneficiar de melhores oportunidades de pesca.

 

Fonte: correiobraziliense

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