22 de Novembro de 2024

Saiba como parar de fumar com sabores de cigarros eletrônicos


Um estudo realizado pela  London South Bank University (LSBU), na Inglaterra, mostra que adultos que recebem orientações sobre sabores de cigarros eletrônicos têm uma maior probabilidade de abandonar o hábito de fumar cigarro convencional. A pesquisa liderada pela Dra. Lynne Dawkins demonstrou que aqueles que receberam ajuda para escolher o sabor do vape acompanhada de mensagens de apoio tinham 55% mais chances de parar de fumar do que aqueles que não receberam esses serviços.

"Fumar mata aproximadamente 8 milhões de pessoas em todo o mundo todos os anos e mesmo alguns dos tratamentos mais eficazes têm pouco efeito na redução do número de fumantes. Com essa nova abordagem, 24,5% deixaram de fumar após três meses e outros 13% reduziram o consumo de cigarros em mais de 50%. A simplicidade do suporte personalizado por meio de conselhos sobre sabores e mensagens de apoio pode ter um grande impacto em ajudar as pessoas a se livrarem do tabagismo", disse Lynne Dawkins, professora de estudos de nicotina e tabaco na LSBU, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

No Brasil, a discussão sobre a comercialização de vaporizadores ainda está em tramitação na ANVISA. Na 10º reunião extraordinária, em Julho de 2022, foi aprovado o AIR - Análise de Impacto Regulatório, produzido por uma área interna da ANVISA, sob comando da diretora da época, Cristiane Jourdan. Esse relatório apenas sugeria a manutenção da proibição, mas não teve papel de decisão da agência nem de atualização ou confirmação da regra atual, que continua vigorando a mesma de 2009 da RDC 46/2009. A agência anunciou que poderá tomar uma decisão final sobre os cigarros eletrônicos até o fim deste ano.

Alexandro Lucian, presidente da Direta (Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo), organização brasileira não-governamental que promove a participação ativa da sociedade civil na formação de um grupo multidisciplinar para redução de danos do tabaco, diz que o contrário também já se mostrou verdadeiro em outros lugares e que a proibição não tem trazido consequências positivas. "Os locais que proibiram os cigarros eletrônicos e seus sabores amargam um desenfreado mercado de produtos ilegais, que, sem fiscalização, colocam a saúde de milhares de pessoas em risco".

Em abril deste ano, a Inglaterra anunciou que estava dando início à campanha "swap to stop" ("trocar para parar", em tradução livre), a primeira desse tipo no mundo, que consiste em oferecer a um milhão de fumantes um kit gratuito de cigarro eletrônico como estímulo para que deixem de usar cigarro convencional. Adotar o cigarro eletrônico como medida para redução de danos do tabaco já é uma estratégia usada também em outros países, como Suécia, Nova Zelândia e Canadá. A Suécia é um dos países de mais êxito nesse cenário ao estar prestes a se tornar o primeiro país europeu livre do tabagismo ao regulamentar e diminuir as taxas de impostos de produtos de nicotina alternativos, como o cigarro eletrônico.

O Brasil ainda tem a chance de se juntar em 2023 a países que vem tendo sucesso na redução de danos. No momento, a Anvisa analisa a possibilidade de regulamentação dos dispositivos eletrônicos no país. "Com a regulamentação dos cigarros eletrônicos, podemos ter um impacto positivo na saúde no Brasil. Quando há regulamentação, o dispositivo e suas essências podem ser produzidos por quem entende. Com a quantidade certa de nicotina e qualidade controlada, teremos menos riscos. Confiamos que a Anvisa siga a ciência e regulamente os cigarros eletrônicos", diz Alexandro.

Fonte: correiobraziliense

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