O governo ficou com saldo negativo de R$ 42,5 bilhões no primeiro semestre de 2023, revela o relatório do Resultado do Tesouro Nacional (RTN), divulgado na tarde desta quinta-feira (27/7) pela Secretaria do Tesouro. Esse valor se refere às contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), e não inclui, portanto, os estados e municípios.
Considerando somente o mês de junho, houve deficit de R$ 45,2 bilhões, o que explica o tamanho do rombo no semestre. Na comparação com mesmo período do ano passado, que havia registrado superavit de R$ 54,2 bilhões, a receita total caiu R$ 62,5 bilhões.
Ao apresentar os números, o secretário do Tesouro, Rogerio Ceron, explicou que no ano passado houve receitas provenientes de concessões e de dividendos que não se repetiram este ano, “criando uma distorção em relação à receita total”. Em junho do ano passado, houve pagamento pelo BNDES de dividendos no montante de R$ 19,5 bilhões e ainda a concessão da Eletrobras no valor de R$ 27,5 bilhões.
Além disso, segundo o secretário, no primeiro semestre deste ano ainda não havia entrado no caixa do governo as receitas provenientes da reoneração dos combustíveis, medida adotada este ano pelo governo para recuperar as perdas com desoneração, mas que só começam a valer a partir de setembro.
Do outro lado da balança, o relatório registrou o aumento de R$ 47,5 bilhões nas despesas, explicado, principalmente, pela elevação de R$ 44,2 bilhões nas despesas obrigatórias com controle de fluxo. Ceron comentou que o “aumento expressivo” se deve especialmente ao programa Bolsa Família, que acumulou um incremento de 40%, com o aumento dos repasses feitos mensalmente para os beneficiários de R$ 400 até junho de 2022 para R$ 600 este ano. Além disso, há agora o pagamento de R$ 150 para crianças de 0 a 7 anos e mais R$ 50 para aquelas que têm entre 8 e 18 anos.
Apesar do saldo negativo já somar R$ 42,5 bilhões até junho, Ceron disse que o ministério ainda busca cumprir a meta de encerrar o ano com deficit de R$ 100 bilhões. “Buscamos nos aproximar o máximo possível do deficit de R$ 100 bilhões em 2023.” E afirmou que o governo pretende encerrar o ano com deficit próximo a 1% do PIB.
Fonte: correiobraziliense
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