O mundo do skincare (ou "cuidados com a pele") é uma vertente cada vez mais popular das redes sociais. Seja em tutoriais, seja em perfis de dicas, as "rotinas" estéticas prometem muito em relação a beleza. E em um universo tão amplo, soluções "inusitadas" chamam a atenção. Uma skincare que virou burburinho nas últimas semanas é uso de sêmen como "produto" para a beleza da pele.
A influenciadora Caroline Lopes é uma das adeptas da prática. A jovem de apenas 20 anos revelou que utiliza sêmen para fazer skincare e "hidratar" o rosto — e compartilha a rotina nas redes sociais. Segundo Caroline, diariamente chegam mensagens de pessoas perguntando sobre o passo a passo do processo e, por isso, a jovem decidiu compartilhar a prática de forma cada vez mais frequente nas redes.
Ela alega que passa sêmen no rosto há cerca de 3 meses e aposta na repetição pela busca de resultados. "Eu faço (a aplicação) uma vez por semana de preferência no sábado, porque já cuido da pele, faço um dia só pra beleza. Costumo deixar de 20 a 30 minutos, todo sábado".
Questionada sobre como consegue o sêmen, Caroline explica que recebe a "doação" de um amigo, e ressalta que escolheu alguém que leva hábitos de vida saudáveis.
A prática de usar sêmen como "produto" de beleza, contudo, recebe alerta de risco da Sociedade Brasileira de Dermatologia. "O cuidado diário (da pele) envolve a limpeza, hidratação e proteção. Ele é definido conforme a rotina do paciente e o tipo de pele. A avaliação do dermatologista permite a escolha de produtos mais assertivos e ao final, muitas vezes, mais econômica é baseada em resultados embasados. Os fluidos humanos não apresentam evidências de resultados”.
"A prevenção da degradação de colágeno envolve adaptações na rotina diária que permitem manter a saúde da pele", destaca Fabiane Mulinari Brenner, da diretoria da SBD.
O dermatologista Tiago Silveira, alerta que não existe nenhum estudo científico que comprove que o sêmen tem algum benefício qualquer na pele. “De fato o sêmen tem muitas vitaminas, aminoácidos e proteínas, mas que não necessariamente vão penetrar na pele. Então o sêmen in natura não necessariamente vai passar essa barreira e conseguir levar as proteínas, as enzimas, o açúcar, e a vitamina na pele. Então realmente não tem benefício".
Silveira também alerta que há alguns perigos na prática. “Na maior parte das vezes, quem faz isso utiliza o sêmen de outra pessoa e isso passa uma série de doenças, principalmente se ele atingir uma área de pele machucada”.
O profissional atribui a fama da prática inusitada à busca por popularização. “As influenciadoras queriam mostrar alguma coisa chocante pra dar ibope. Eu acho que (esse é o único resultado): nada mais do que dar ibope, porque não faz sentido (cientifico) algum”.
*Imagem de Freepik.
Fonte: correiobraziliense
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.