22 de Novembro de 2024

Blocos de construção da vida na Terra são encontrados em meteoritos


A descoberta de nucleobases de DNA e RNA reforça a teoria da química necessária para tornar a vida possível por meio dos céus. Muito antes de uma rocha espacial trazer a morte em uma escala sem precedentes para os dinossauros, contrapartes menores semearam o mundo com os materiais para criar vida.

Em 1960, foi demonstrado que os meteoritos continham algumas nucleobases das quais o DNA e o RNA se formaram. Nos primórdios, a Terra era um lugar hostil, quente o suficiente para separar as moléculas necessárias para criar a vida, levantando um questionamento em relação à origem dessas moléculas, uma vez que o planeta era frio o suficiente para mantê-las.

Asteroides e cometas eram as respostas adequadas ao questionamento. A ideia ganhou força quando guanina, adenina e uracil — todas as nucleobases que ajudam a formar ácidos nucléicos, incluindo DNA e RNA — foram encontradas dentro de meteoritos junto com outras cinco nucleobases. Tais produtos químicos são necessários, mas não suficientes para iniciar a vida como ela existe na Terra.

De acordo com a Nature Communications, responsável por publicar o estudo, o anúncio da descoberta das nucleobases encontradas em meteoritos preenche uma grande lacuna. Encontrar citosina e timina em meteoritos não é uma surpresa, no entanto, a questão de como eles poderiam estar presentes na Terra quando necessário, sim. Experimentos modelando as condições no espaço sideral sugerem que ambos deveriam se formar lá, mas o fracasso em encontrar essas moléculas cruciais nas rochas espaciais deixou a dúvida em saber se havíamos perdido algo.

Classificadas como nucleobases de pirimidina, a citosina e a timina são formadas a partir de um único anel de nitrogênio de seis membros. O uracilo que já havia sido encontrado em meteoritos anteriormente é formado da mesma forma. O principal autor do estudo, o professor Yasuhiro Oba, da Universidade de Hokkaido, e os coautores já encontraram os três elementos nos meteoritos Murchison, Murray e Tagish Lake. As amostras também incluem isômeros estruturais das nucleobases de pirimidina e os três meteoritos foram escolhidos por serem ricos em carbono e coletados logo após o pouso.

O meteorito Murchison é um elemento especial para os cientistas, com 96 aminoácidos diferentes encontrados nele anteriormente, mas apesar da intensidade do estudo, a citosina e a timina não foram detectadas até agora, possivelmente porque os métodos de extração mais severos usados por pesquisadores anteriores destruíram as moléculas mais delicadas.

Dois fragmentos do meteorito Murchison produziram concentrações de nucleobases que variaram por um fator de 10, indicando que vale a pena continuar procurando se a primeira amostra de um meteorito promissor não tiver as moléculas que você procura. A equipe de pesquisa demonstrou anteriormente que essas nucleobases podem se formar a partir de gelos de água, monóxido de carbono, metanol e amônia nas condições existentes entre as estrelas. Se foi de onde eles realmente vieram, é apenas uma suposição.

O estudo pontua ainda que, se as moléculas para a vida vierem do espaço sideral, outros planetas também seriam banhados por elas, aumentando as chances de vida em outras partes do universo.

 

Fonte: correiobraziliense

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