A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, nesta semana, uma campanha que busca promover o apoio à amamentação no ambiente de trabalho. A iniciativa é tema central da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que ocorre de 1º a 7 de agosto, e levanta a discussão sobre o desenvolvimento de ações que possibilitem a alimentação exclusiva do bebê, com o leite da mãe, até os seis meses de idade.
Além da semana dedicada à amamentação, neste mês é celebrado o Agosto Dourado, que é destinado às ações de promoção e de apoio ao aleitamento. Por isso, a OMS iniciou a mobilização, que tem recebido apoio de médicos pediatras, já que a alimentação exclusiva da criança promove benefícios para a mãe, o bebê e a sociedade.
Entre as vantagens do aleitamento materno, estão a contra infecções respiratórias, diarreias e alergias; redução, em até 13%, da mortalidade infantil por causas evitáveis; redução das chances de a mãe desenvolver câncer de mama e de ovário; e a redução com gastos no sistema de saúde. A recomendação da OMS é que a amamentação exclusiva seja feita até, pelo menos, os seis meses de idade do bebê, mas, no Brasil, a média é de 54 dias.
O fim da licença maternidade e, consequentemente, o retorno ao trabalho, é uma das causas da interrupção precoce do aleitamento exclusivo. “A Sociedade Brasileira de Pediatria, em conjunto com o Ministério da Saúde, já vem tentando garantir esse retorno das mães ao trabalho da forma mais segura possível no tange ao aleitamento materno”, destacou a pediatra e neonatologista Mariana Palhares Temer, do hospital Anchieta, pertencente ao grupo Kora Saúde.
Algumas medidas podem ser adotadas pelas empresas e poder público para possibilitar a amamentação exclusiva até o período recomendado pela OMS. A pediatra do Anchieta cita algumas ações, como o acesso a creches próximas ao local de trabalho da mãe, sala de apoio à amamentação nos locais de trabalho e a licença maternidade de 180 dias. Hoje o tempo de afastamento da genitora do ambiente de trabalho é de 120 dias, cerca de quatro meses.
Mariana sugere ainda que as ações podem incluir a participação paterna. A pediatra também chama atenção para a responsabilidade das equipes de saúde. “Nós também precisamos atuar junto a algumas dificuldades que a mãe possa encontrar durante seu processo de aprendizado ao aleitamento materno. Cabe às equipes de saúde manterem o incentivo e o apoio à amamentação ainda dentro da maternidade”, pontua a médica.
No caso de bebês prematuros, a tarefa da amamentação é ainda mais importante, tendo em vista as necessidades desse grupo de recém-nascidos nos primeiros meses de vida. “O suporte e o apoio dos profissionais de saúde são essenciais, principalmente, no aleitamento de prematuros”, ressaltou o pediatra Clodoaldo da Silveira, responsável técnico do hospital São Francisco, pertencente à Kora Saúde.
A prematuridade está associada a 75% da mortalidade neonatal. No Brasil, em média, nascem seis prematuros a cada 10 minutos, o que representa uma taxa de prematuridade que varia de 11 a 12% dos nascimentos.
De acordo com o médico, a alimentação dos prematuros, especialmente com o leite materno da própria mãe, traz uma série de efeitos positivos para o organismo dos bebês, como, por exemplo, melhor digestão e absorção de nutrientes, estímulo à imunidade e desenvolvimento neurológico e cognitivo.
Mesmo quando não é possível utilizar o leite da própria mãe, a melhor opção é o leite humano pasteurizado de doadora. “Essa é uma opção segura e bem superior às fórmulas”, reforça Silveira.
• Para protege contra infecções respiratórias, diarreias e alergias;
• reduz em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis;
• reduz a chance de obesidade e diabetes no futuro;
• contribui para o desenvolvimento infantil; e
• tem efeito positivo na inteligência.
• Reduz as chances de desenvolver câncer de mama e de ovário;
• Fortalece o vínculo mãe e bebê;
• Reduz os riscos de hemorragia pós-parto; e
• Reduz as chances de desenvolver diabetes tipo 2, colesterol alto e hipertensão.
• Reduz os gastos no sistema de saúde;
• Não utiliza embalagens, energia, água e combustíveis para sua produção e distribuição;
• Contribui para a melhoria da nutrição, educação e saúde.
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