22 de Novembro de 2024

CNT critica incentivo do governo a transporte individual


Levantamento inédito, feito com empresários do transporte rodoviário urbano, conclui que as políticas de incentivo ao deslocamento individual e o surgimento do sistema por aplicativos foram fatores que contribuíram para a crise de demanda do transporte público coletivo, que se agravou com a pandemia da covid 19.

A Pesquisa CNT Perfil Empresarial — Transporte Rodoviário Urbano de Passageiros, a ser divulgada hoje pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), apresenta uma radiografia do setor em todo o Brasil e um diagnóstico da crise na qual o segmento mergulhou a partir da pandemia, que impôs uma queda de 80% na demanda por esse tipo de modal.

O estudo traz o perfil dos empresários e identifica os principais desafios enfrentados pelo setor.

"As políticas de incentivo ao transporte individual e o surgimento do transporte por aplicativo foram fatores que contribuíram para o início da crise de demanda do transporte público coletivo, especialmente a partir de 2013. Com o advento da pandemia de covid-19, entre os anos de 2020 e 2022, acentuou-se ainda mais a difícil realidade já vivenciada pelo setor", diz o documento, que exemplifica como política de incentivo a redução de impostos e os financiamentos facilitados, como ocorreu recentemente com desconto patrocinado para a compra de carro zero quilômetro.

O levantamento aponta que, a partir de maio de 2022, com o fim da pandemia, "a demanda segue relativamente estabilizada em cerca de 80% daquela observada em fevereiro de 2020". A análise avalia que os fatores sociais adquiridos a partir da pandemia contribuíram para essa diminuição, ao modificar a forma e a frequência dos deslocamentos. O texto destaca especialmente os hábitos de consumo, como as compras pela internet e o ambiente de trabalho, como regime de home office, que tem sido incorporado inclusive no serviço público.

Segundo a pesquisa, o transporte rodoviário é responsável por aproximadamente 93% do total de passageiros transportados no país, sendo 68% realizado por modos individuais e 25%, por coletivos. O setor conta com 1.577 empresas de ônibus urbanos em operação no Brasil e, aproximadamente, 107 mil ônibus. O segmento é responsável pela geração de cerca de 315 mil empregos diretos.

O trabalho, que contou com o apoio da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), detalha de forma minuciosa as características das empresas em aspectos como frota, operação, mão de obra e investimentos. Traz também as questões relacionadas às gestões ambientais e de riscos, formas de pagamento, bem como os impasses relacionados à política tarifária vigente.

Os dados considerados na publicação foram coletados por meio de questionário estruturado em entrevista telefônica, por e-mail e por formulário eletrônico, de 3 de abril a 12 de maio de 2023. Ao final, foram validadas 174 entrevistas. A margem de erro é de 5,5 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

 

Fonte: correiobraziliense

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