22 de Novembro de 2024

Ata do Copom sinaliza continuidade de redução da Selic


O Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou, em ata divulgada nesta terça-feira (8/8), que novos cortes na taxa de juros estão previstos para os próximos meses. De acordo com o colegiado, a expectativa é de que se repitam cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. "É o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", informa o Banco Central (BC).

Na última quarta-feira (2/8) o Copom decidiu, pela primeira vez em três anos, cortar a taxa básica de juros do país (Selic), em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa passou de 13,75% para 13,25% ao ano, ainda no maior patamar desde janeiro de 2017, quando a taxa estava em 13%. A indicação de que os próximos cortes nos juros serão da mesma magnitude do promovido em agosto vai ao encontro da estimativa do mercado, que espera Selic de 11,75% ao fim de 2023.

De acordo com a ata, a evolução dos indicadores de inflação, desde a reunião anterior do colegiado, em meados de junho, permitiu acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de redução dos juros.

Durante o debate, o Comitê julgou haver mérito tanto na opção de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual como em 0,50 ponto percentual. A decisão ficou bem dividida: foram cinco votos a favor da redução de 0,50 pp nos juros e quatro defendendo um corte mais brando, de 0,25 pp.

“Qualquer que fosse a decisão, era consensual que um cenário com expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial, núcleos de inflação ainda acima da meta, inflação de serviços acima do patamar compatível com a meta para a inflação e atividade econômica resiliente requer uma postura mais conservadora ao longo do ciclo de flexibilização da política monetária", informa o BC.

O Copom também julga como “pouco provável” um ritmo maior que o proposto, jogando um balde de água fria nas apostas de corte de 0,75 pp da Selic. De acordo com o comunicado, isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva.

“Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”, diz o documento.

Avaliando a conjuntura, o colegiado afirma ainda que o ambiente externo ainda é incerto, com início de desinflação em curso, mas com núcleos elevados, desaceleração gradual da atividade e resiliência nos mercados de trabalho de diversos países: “Tal postura segue demandando maior cautela na condução das políticas econômicas particularmente por parte de países emergentes.”

No âmbito doméstico, a expectativa é de uma desaceleração gradual da atividade. “De modo geral, observa-se alguma retração no setor de comércio, estabilidade na indústria e certa acomodação no setor de serviços, após ritmo mais forte nos trimestres anteriores. O mercado de trabalho segue resiliente, mas com alguma moderação na margem”, destaca a ata.

Fonte: correiobraziliense

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