22 de Novembro de 2024

Além do calor, estudo diz que menopausa também afeta emocional da mulher


A menopausa faz parte de um processo natural na vida da mulher, relacionado à transição entre o período fértil e infértil. Nela, há uma diminuição da produção hormonal, o que pode afetar a saúde em diversas frentes. 

Um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac) revelou que, além do aumento do calor, manifestações como depressão, ansiedade, tristeza, inquietação e mudança de humor também vêm no pacote. A pesquisa também indicou que a maioria das mulheres brasileiras não realiza o tratamento de recomposição hormonal, que pode ajudar a reduzir esses sintomas. 

Este é o primeiro estudo nacional brasileiro de base populacional, que contou com mais de mil mulheres entrevistadas, com idades entre 45 e 65 anos. A pesquisa foi publicada em julho de 2022, na revista científica Climacteric, da International Menopause Society (IMS). E os resultados foram: 

A menopausa é o último ciclo menstrual e ocorre geralmente entre os 48 e os 52 anos de idade. Após isso, a mulher passa pela fase de pós-menopausa, conhecido como climatério — uma mudança que ocorre com 80% delas, causando uma onda de sintomas, tendo o calor corporal como uma das principais reclamações do público feminino. 

“A menopausa é o evento que marca a morte dos ovários, que são os órgãos reprodutores que armazenam os óvulos nas mulheres. Esse evento é um ponto, não um período. Tudo que acontece depois a menopausa a gente chama de pós-menopausa”, explica o doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani.

"A ondas de calor acontecem mais no tronco superior, do peito até a cabeça, e são abruptas, ocorrem durante uns 15 minutos e mais à noite. Mas, é importante dizer que nem sempre a mulher apresenta isso. Esse calor vem com a queda dos hormônios. Então, quanto maior a queda, maior a chance de senti-lo", diz o especialista.

Após a menopausa, o risco de desenvolvimento de diversas doenças pode aumentar, entre elas diabetes, doença cardiovascular, câncer e até início de demência. “É importante que a mulher fique de olho na glicemia, pois além de tudo, pode ter aumento no peso. E a visita ao ginecologista continua sendo primordial.” 

Para Cadegiani, vale ressaltar a importância de seguir uma com hábitos saudáveis, que ajudam a passar melhor pela menopausa, como a prática de exercícios físicos, alimentação balanceada, não consumo de bebidas alcoólicas, sono de qualidade e controle da ansiedade e estresse. 

O tratamento de reposição hormonal tem como objetivo repor hormônios necessários à vida da mulher. Além de diminuir os sintomas da menopausa, ele pode ajudar contra a osteoporose e promover uma melhor qualidade de vida. Mas, é preciso saber o tratamento adequado e os casos específicos. 

“Hoje o tratamento da menopausa não é obrigatório, é a mulher que decide iniciá-lo, pois depende dos sintomas de cada uma, que vão de fogachos até depressão, asma, problemas de sono, depende de cada caso”, explica. “Até o início dos anos 2000, entendia-se que todas as mulheres tinham que repor hormônio na menopausa. Agora, temos novos estudos que mostram a importância do tratamento em certos casos. Por isso, avaliamos, entendendo que depende da mulher, da idade e se ela tem sintomas.”

O tratamento é ofertado de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS).  

Fonte: correiobraziliense

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