Um crânio de 300 mil anos foi descoberto por cientistas da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês), junto a uma equipe internacional com pesquisadores da Espanha e Reino Unido, na região de Hualongdong, no leste da China, em 2019. A descoberta pode incluir um novo ramo na árvore genealógica humana.
O estudo, publicado na revista científica Journal of Human Evolution, revela evidências de uma linhagem humana desconhecida, até então, diferente de qualquer outro fóssil humano pré-moderno já encontrado, distinta dos ramos que levaram aos neandertais, denisovanos e humanos modernos (Homo sapiens) e pode levar a uma nova compreensão da ancestralidade humana
A equipe desenterrou o crânio — especificamente a mandíbula, ou maxilar inferior — junto de outros 15 espécimes, todos considerados originários do fim do período Pleistoceno Médio (entre 82.800 a 355.000 anos atrás). O conjunto do ancestral humano sem nome morreu quando tinha entre 12 e 13 anos de idade. Denominado HLD 6, foi submetido a uma avaliação morfológica e geométrica recentemente.
Ao comparar a mandíbula HLD 6 com as dos hominídeos do Pleistoceno e dos humanos modernos, os pesquisadores descobriram que ela tem características de ambos. Apresenta formato semelhante à mandíbula do Homo sapiens, nossa espécie humana moderna que evoluiu do Homo erectus, mas também compartilha uma característica de um ramo diferente, os denisovanos, que parecem não ter queixo.
"O HLD6 não apresenta um queixo verdadeiro, mas tem alguns traços pouco expressos que parecem antecipar essa característica típica do Homo sapiens", disse a autora do estudo, María Martinón-Torres, diretora do Centro Nacional de Pesquisa em Evolução Humana (CENIEH), na Espanha.
A pesquisadora acrescenta: "Os Hualongdong são, portanto, a população fóssil mais antiga conhecida na Ásia a apresentar esse mosaico de características primitivas e semelhantes ao Homo sapiens".
Os pesquisadores teorizam que o HLD 6 deve pertencer a uma classificação que ainda não recebeu um nome. Embora os pesquisadores não tivessem um crânio adulto da mesma espécie para comparar, eles analisaram crânios de hominídeos do Pleistoceno Médio e Superior de idade semelhante e adulta, e descobriram que seus padrões de forma permaneceram consistentes independentemente da idade, apoiando ainda mais a teoria dos cientistas.
Embora os pesquisadores não tivessem um crânio adulto da mesma espécie para comparar, eles analisaram crânios de hominídeos do Pleistoceno Médio e Superior de idade semelhante e adulta, e descobriram que seus padrões de forma permaneceram consistentes independentemente da idade, apoiando ainda mais a teoria dos cientistas.
"Mais fósseis e estudos são necessários para entender sua posição precisa na árvore genealógica humana", afirmou Martinón-Torres.
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