O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou, nesta quinta-feira (10/8), que a autoridade monetária está estudando o fim dos juros rotativos do cartão de crédito para reduzir a inadimplência nas operações. A modalidade é a mais cara do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho.
Segundo Campos Neto, em até 90 dias o BC apresentará uma “solução para o problema". “A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão, vai direto para o parcelamento ao redor de 9%”, declarou, em sessão plenária no Senado.
O chefe da autoridade monetária disse ainda que deve ser criado algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. “Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo. Lembrando que cartão de crédito é 40% do consumo no Brasil”, afirmou.
A taxa de inadimplência no rotativo do cartão está atualmente em cerca de 49%. Campos Neto disse que outra solução seria simplesmente limitar os juros do cartão, mas, segundo ele, isso poderia acarretar a retirada dos cartões de circulação.
“Para as pessoas que têm mais risco os bancos não ofereceriam aquele cartão, devido a uma relação de risco e retorno ineficiente. O problema de cortar o número de cartões é que se sabe como começa, mas não se sabe como termina. Então, isso pode gerar um efeito muito grande na parte de consumo, na parte de varejo”, destacou.
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