22 de Novembro de 2024

4 objetos incríveis que mudaram a história da ciência


Uma das primeiras descobertas científicas assinadas por uma mulher agora está disponível na internet para o público ver pela primeira vez.

As descrições de Martha Gerrish das estrelas em 1734 se juntaram às descobertas de Isaac Newton, de caçadores de fósseis vitorianos e de fotógrafos pioneiros.

Os documentos foram digitalizados pela instituição científica britânica Royal Society, que espera estimular mais descobertas à medida que os pesquisadores usam o arquivo.

Cerca de 250 mil documentos podem agora ser visualizados online, abrangendo desde observações climáticas, história das cores, como conduzir eletricidade e animais.

Você pode acessar o arquivo na internet neste site, em inglês.

A seguir, veja quatro destaques:

Em 1734, Martha Gerrish escreveu à Royal Society que havia tido uma rara visão astronômica chamada parélio (ou falso sol) — um fenômeno óptico que aparece no céu como dois halos ao lado do sol.

É a primeira carta nos arquivos, e ficou conhecida também por ter sido enviada por uma mulher em seu próprio nome.

A maioria das mulheres na época tinha acesso limitado à educação formal e não era considerada intelectualmente igual aos homens.

Gerrish reconhece esse desequilíbrio em sua carta quando escreveu: "Se isso viesse de uma mão masculina, acredito que seria um presente aceitável para a Royal Society."

A carta demonstra que as mulheres contribuíram para a ciência durante séculos, mesmo quando seu trabalho não era público, explica Louisiane Ferlier, historiadora da Royal Society.

O caçador de dinossauros Gideon Mantell enviou desenhos detalhados das descobertas que fez, em 1849, de fósseis na costa no sul da Inglaterra.

Alguns dos desenhos foram de fato feitos por sua esposa, explica o bibliotecário da Royal Society, Keith Moore. Eles foram essenciais para mostrar a outros cientistas o que havia sido descoberto antes da invenção da fotografia.

Os desenhos dos fósseis de dinossauros foram cruciais para os colecionadores, mas também para os anatomistas que tentavam descobrir como os ossos se encaixavam para formar um animal, acrescenta Moore.

"Você tem um monte de ossos aqui. Como eles são montados? Hoje em dia sabemos como é um dinossauro, mas quando você está começando do zero, esses desenhos foram realmente úteis", explica ele.

O cientista William Herschel escreveu uma carta para noticiar a descoberta do planeta Urano.

Herschel escreveu à sociedade em 1782 para dizer que havia avistado um novo "planeta primário do nosso sistema solar".

Foi uma descoberta chocante na época, diz Moore, porque os cientistas achavam que entendiam o que havia nos céus.

Mas William Herschel estava usando um novo telescópio poderoso e "de repente ele encontrou algo novo, que foi o primeiro planeta descoberto na história moderna".

Mas se Herschel tivesse conseguido, estaríamos chamando o planeta Urano de algo totalmente diferente. Sua ideia era nomeá-lo "Georgium Sidus" — em homenagem ao rei George 3°.

Muito antes de smartphones e câmeras digitais estarem por toda parte, os inventores nas décadas de 1830 e 1840 estavam experimentando uma nova ideia.

Algumas das primeiras tentativas de captura de imagens foram enviadas para a Royal Society.

Um inventor, William Henry Fox Talbot, escreveu em 1839 que achava ter descoberto algo que poderia ter "muitas aplicações úteis e importantes".

Suas cartas também revelam como as invenções às vezes podem surgir por meio do fracasso, explica o bibliotecário Moore.

Frustrado com suas habilidades ruins de desenho, Talbot começou a tentar inventar uma nova maneira de capturar fotos.

Além dessas quatro descobertas, a Royal Society — uma das principais organizações científicas do mundo — tem milhares de outros objetos coletados desde que foi fundada em 1660.

Cientistas inovadores, incluindo Benjamin Franklin, Edmund Halley e Isaac Newton, enviaram seus resultados de pesquisa para o jornal da sociedade.

Mas as pessoas comuns também podiam enviar suas ideias e descobertas em cartas e fotos. Uma carta em 1790 de um fabricante de tecidos francês incluía um pedaço de seda que, segundo ele, demonstrava ter descoberto como fazer a "tintura rosa mais rosada de todos os tempos".

Tornar a história da ciência mais acessível ao público é "essencial", diz Ferlier, que ajudou a digitalizar o arquivo.

"Isso mostra como a ciência evoluiu e se tornou uma disciplina com freios e contrapesos em que podemos confiar hoje", explica ela.

Fonte: correiobraziliense

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