O economista Marcio Pochmann assume oficialmente o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (18/8). A cerimônia do órgão, vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, acontece na sede da pasta com as presenças da ministra Simone Tebet e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o indicou para o cargo.
Uma série de polêmicas envolvendo a escolha de Pochmann antecedeu a posse. A indicação gerou um desconforto com Tebet, que teria sido avisada de última hora da escolha, visto que o nome para chefiar o órgão caiu na cota pessoal do presidente, que mantém relação de proximidade com o economista.
O anúncio foi feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Paulo Pimenta há três semanas, logo depois de Tebet ter dito que não havia tratado do assunto. Segundo Lula, não houve mal-estar entre os dois e “tentaram inventar briga”.
“Disseram que ‘o Lula passou por cima da Simone, atropelou’. Primeiro, o presidente nunca atropela, o presidente faz o que tem que fazer. Eu não atropelaria porque não é meu jeito de fazer política, eu converso quantas vezes for necessário”, disse Lula, durante uma live no dia 1º de agosto.
O presidente também defendeu a indicação diante das críticas sobre sua proximidade com o economista. “Não é aceitável as pessoas tentarem criar uma imagem negativa de uma pessoa da qualificação do Marcio Pochmann. É um dos grandes intelectuais desse país, um rapaz extremamente preparado”, afirmou. “Eu o escolhi porque confio na capacidade intelectual dele, é um pesquisador exímio. Agora, algumas pessoas que possivelmente queriam ir para lá ficam colocando dúvida sobre a idoneidade”, emendou.
O último presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, foi exonerado com a troca de governo no dia 4 de janeiro. Desde então, o instituto passou a ser comandado interinamente pelo diretor de Pesquisas do órgão, Cimar Azeredo.
O governo formalizou a nomeação de Pochmann em 8 de agosto no Diário Oficial da União (DOU), em portaria assinada pela Casa Civil da Presidência. O novo chefe do IBGE é conhecido por vasta experiência na área econômica, com enfoque em temas como economia social, desigualdade e mercado de trabalho, perfil que gerou ressalvas entre economistas mais liberais e o mercado financeiro, que consideram a nomeação “ideológica”.
Especialista em desenvolvimento e políticas públicas, Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisas Especiais Aplicadas (Ipea), entre 2007 e 2012, e da Fundação Perseu Abramo, entre 2012 e 2020. Integrante do quadro do Partido dos Trabalhadores (PT) e professor de Economia na Unicamp, ele presidiu recentemente o Instituto Lula.
Utilizamos cookies próprios e de terceiros para o correto funcionamento e visualização do site pelo utilizador, bem como para a recolha de estatísticas sobre a sua utilização.