O presidente russo, Vladimir Putin, será o único chefe de Estado dos países do Brics a não ir ao encontro do grupo que ocorre nesta semana na África do Sul. Putin é alvo de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPP) por supostos crimes cometidos pela Rússia durante a guerra contra a Ucrânia. Como a África do Sul é um dos países que integra o tribunal, o país poderia prender Putin caso ele entrasse na nação. Por isso, o presidente russo resolveu participar da reunião de forma remota.
O tribunal, com sede em Haia na Holanda, emitiu o mandado de prisão contra Putin em 17 de março. No julgamento da corte, Putin é acusado de ser responsável por crimes de guerra, incluindo a deportação ilegal de crianças da Ucrânia para a Rússia. O país nega as acusações. Além de Putin, o tribunal também pediu a prisão de Maria Lvova-Belova, que estaria à frente da deportação de crianças. "Os crimes teriam sido cometidos em território ucraniano ocupado pelo menos desde 24 de fevereiro de 2022. Há motivos razoáveis para acreditar que Putin seja pessoalmente responsável pelos crimes", disse o comunicado do tribunal à época.
Como o país não faz parte do tribunal internacional, para Putin ou Maria Lvova-Belova serem presos eles teriam que ser deportados pelo governo russo ou saírem do país.
A 15ª Cúpula dos Chefes de Estado do Brics é a primeira após a pandemia e ocorre entre esta terça-feira (22/8) e quinta-feira (24/8). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Joanesburgo na manhã desta segunda-feira (21/8) ao lado da primeira-dama Janja e da ex-presidente e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff. Além de Lula, também participarão da reunião o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da África do Sul, Cyril Rampaphosa.
Neste domingo, em entrevista ao jornal sul-africano Sunday Times, Lula lamentou que Putin não estará de forma presencial na cúpula. “O ministro [das Relações Exteriores da Rússia, Serguei] Lavrov é um diplomata muito importante e experiente, mas seria muito importante que a Rússia participasse desse encontro com o seu presidente. Nós vamos discutir importantes temas globais, como a paz e a luta contra a desigualdade, e eu gostaria muito de discuti-los pessoalmente com o presidente Putin", disse.
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