O contrabando e o mercado ilegal registrou perdas no país de, pelo menos, R$ 410 bilhões em 2022, de acordo com o Fórum Nacional Contra a Ilegalidade (FNCP). O montante equivale a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o dobro da média dos países da América Latina. O combate a essas perdas para as empresas e para a arrecadação do erário — que considerando os 14 setores pesquisados chega a R$ 130 bilhões pelas estimativas conservadoras — é tema de debate realizado nesta terça-feira (22/8), pelo Correio Braziliense em parceria com o Fórum, na sede do jornal, em Brasília.
“Estamos com algo em torno de 4% de participação do PIB na ilegalidade. Qualquer política pública tem que considerar isso. A média latino-americana é de 2% do PIB”, ressaltou o presidente do FNCP, Edson Vismona, durante o painel de abertura do seminário Correio Debate: Reforma Tributária, uma oportunidade para o combate ao mercado ilegal. “Somos um grande mercado para o legal e e para o ilegal”, ressaltou.
De acordo com os dados do Fórum, desde o início do levantamento, em 2014, houve um crescimento de 300% no volume de perdas do setor. No primeiro ano do estudo, os prejuízos para as empresas e os cofres públicos somaram R$ 100 bilhões. “É um crescimento absurdo que nenhum setor produtivo teve essa evolução”, destacou Vismona.
Durante a abertura, ele lembrou que os dados são conservadores e, portanto, podem ser muito maiores porque considera uma média de impostos em torno de 46%. Ele ainda defendeu que os debates da reforma tributária, que está tramitando no Congresso Nacional, precisam considerar essa questão, pois, se houver aumento de carga tributária, o incentivo à pirataria e ao contrabando será maior.
O seminário do Correio é transmitido pelas redes sociais do jornal e conta com dois painéis. Acompanhe aqui.
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