22 de Novembro de 2024

Como funciona teleférico improvisado em que pessoas ficaram presas no Paquistão


Sete pessoas, incluindo crianças, ficaram presas e penduradas em um teleférico sobre um precipício na Província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, nesta terça-feira (22/08).

Imagens do teleférico, balançando de maneira precária a 274 metros de altura, rodaram o mundo.

Mas teleféricos improvisados ??são amplamente usados ??no leste de Mansehra e na Caxemira administrada pelo Paquistão, e se estendem até Gilgit-Baltistan, também administrado pelo Paquistão, no norte.

Em uma região com pouca infraestrutura e longas distâncias entre instalações públicas, como escolas, os teleféricos nascem da necessidade e usam até componentes retirados do lixo.

Eles são construídos pelas comunidades locais - a maioria de forma ilegal, porque é mais barato e não há infraestrutura alternativa.

Às vezes, eles são feitos da parte superior da carroceria de uma caminhonete.

Por exemplo, um Suzuki pode ser convertido em uma grande cabine usada para transportar pessoas e gado. Em seguida, eles são presos ao cabo - que também pode ser sucata - por meio de cordas.

Embora perigosos, as pessoas costumam usar esses teleféricos para atravessar rios e encurtar a distância necessária para viajar entre vales nas montanhas.

Em Allai - a área montanhosa onde as sete pessoas ficaram presas na terça-feira - não há infraestrutura rodoviária ou instalações básicas.

Como resultado, um morador local obteve permissão da administração da cidade para construir o teleférico, confirmou a polícia à BBC News.

Conhecido pelos moradores como "Dolly", ele liga a aldeia de Jangri a Batangi, onde fica a escola local.

O que normalmente seria uma caminhada de duas horas foi reduzido para apenas quatro minutos no teleférico.

A polícia disse que verificava o equipamento todos os meses, mas a BBC News não conseguiu confirmar essa informação.

A acessibilidade do teleférico Allai também o torna um meio de transporte atraente.

Custa muito menos do que uma viagem de ônibus ou carro, embora a tarifa mude dependendo da distância percorrida.

Um morador local, Mohabbat Shah, disse que a população está disposta a correr o risco com os teleféricos.

Como não havia problemas com esses veículos antes, eles eram uma boa opção para quem estava tentando se locomover pela região.

"Pagamos apenas 10 rúpias (cerca de R$ 0,60) por pessoa em uma viagem só de ida. Se reservarmos um táxi, isso custará até 2.000 rúpias (cerca de R$ 120)", disse ele à BBC.

Embora este teleférico específico não tenha apresentado defeito até o incidente de hoje, outros ao redor do país já causaram problemas.

Em 2017, um desses veículos caiu em Murree, Punjab, matando 11 passageiros.

Em dezembro do ano passado, a mídia local informou que 12 crianças tiveram que ser resgatadas depois que uma corda se partiu em Abbottabad, Khyber Pakhtunkhwa.

Essas crianças estavam a caminho da escola e ficaram presas a 61 metros sobre um rio até que pudessem ser resgatadas.

Após o incidente desta terça-feira, o primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwaar ul Haq Kakar, ordenou "inspeções de segurança de todos esses teleféricos particulares para garantir que sejam seguros para uso".

Mas sem investimentos significativos em novas infraestruturas, os teleféricos continuarão a ser o principal meio de transporte para a maioria das pessoas na região montanhosa.

Fonte: correiobraziliense

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