22 de Novembro de 2024

Cientistas medem entorno de buraco negro supermassivo


Um grupo de cientistas conseguiu detectar, pela primeira vez, emissões ao redor de um buraco negro supermassivo. Chamado de disco de acreção, o entorno do corpo celeste ainda é pouco conhecido pela ciência. Com a observação, os pesquisadores estimam que a massa seja entre 400 e 900 milhões de vezes maior do que a do Sol e que o disco tenha uma orientação de 18 graus em relação à Terra.

As regiões brilhantes em torno dos buracos negros produzem luz através do espectro eletromagnético, a partir do calor, e têm maior intensidade em comprimentos de onda específicos, conhecidos como linhas de emissão. Essas linhas são o resultado de elétrons, previamente energizados, caindo de volta para um nível de energia mais baixo.

“Esta descoberta dá-nos informações valiosas sobre a estrutura e o comportamento da região da linha larga nesta galáxia em particular, lançando luz sobre os fenómenos fascinantes que acontecem em torno de buracos negros supermassivos em galáxias ativas", disse o pesquisador Rodriguez-Ardila, em comunicado.

Segundo os autores, pesquisas sobre discos de acreção podem melhorar a compreensão dos astrônomos sobre os buracos negros e a evolução das suas galáxias hospedeiras. Para a pesquisa, foi utilizado o telescópio Gemini North. "A maioria dos discos de acreção, entretanto, é impossível de obter imagens diretas devido às suas distâncias extremas e tamanhos relativamente pequenos. Em vez disso, os astrônomos usam os espectros de luz emitidos de dentro do disco para caracterizar seu tamanho e comportamento", explicam os pesquisadores.

Os cientistas vão continuar monitorando o buraco negro e o disco de acreção. "Como o disco está girando, o gás de um lado se afasta do observador, enquanto o gás do outro lado se move em direção ao observador. Esses movimentos relativos esticam e comprimem as linhas de emissão em comprimentos de onda mais longos e mais curtos, respectivamente. O resultado é uma linha ampliada com dois picos distintos, um originando-se de cada lado do disco girando rapidamente", destaca a pesquisa.

O estudo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters e pode ser acessado na íntegra neste link.

Fonte: correiobraziliense

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