O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE) caiu 0,5 pontos em agosto, para 91,4 pontos, chegando ao pior resultado desde agosto de 2020 (89,8 pontos). Os dados divulgados nesta terça-feira (29/8), apontam que, em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,5 ponto, para 92,4 pontos. Para Stéfano Pacini, economista da entidade, a queda é influenciada pela piora da percepção sobre o momento e estabilidade em relação às expectativas. Esse é o segundo mês consecutivo de recuo.
“Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual que sustenta ainda taxa de juros e endividamento das famílias em patamares elevados. Isso acaba dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo”, explica Pacini.
O economista afirma que para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho.” comenta Stéfano Pacini.
Em agosto, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O resultado apresenta piora das avaliações sobre a situação atual, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses se mantêm estáveis. O Índice Situação Atual (ISA) e recuou 1,0 ponto, para 88,5 pontos, menor patamar desde junho de 2020 (79,2 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) se manteve no patamar de 94,4.
Entre os quesitos que integram o ISA, o que mais influenciou a queda no mês foi o que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios ao retroceder 2,7 pontos, para 88,9 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (86,9 pontos).
Em menor proporção, o indicador que mede o nível atual de demanda caiu 0,9 ponto, para 91,5. Após acumular três resultados negativos, o nível de estoques recuou 0,9 ponto para 113,6 pontos. Apesar da ligeira melhora, o indicador continua acima do observado em julho de 2020, ainda sobre os efeitos do lockdown e acima de 100 pontos, indicando estoques acima do desejável.
Com relação às expectativas, há uma melhora das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes, mas um aumento do pessimismo sobre as perspectivas dos negócios num horizonte maior, de seis meses.
O indicador de produção prevista subiu 1,6 ponto para 94,7 pontos, recuperando parte das perdas sofridas em julho, e o que mede as perspectivas sobre as contratações cresceu 0,9 ponto para 101,0 pontos, se mantendo ainda em patamar otimista. No sentido contrário, a tendência dos negócios para os próximos seis meses, após duas altas consecutivas, caiu 2,4 pontos, para 87,9 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021 (102,7 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria se manteve relativamente estável ao variar -0,2 ponto percentual no mês, para 80,8%.
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