A implantação das principais tecnologias disponíveis no agro — a fim de aumentar a produtividade no campo e incluir os produtores de menor porte, além das culturas artesanais — é um dos temas do CB.Fórum Agro 4.0, que se realiza, hoje, no auditório do jornal, a partir das 14h30. O evento é uma parceria do Correio Braziliense com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Entre as inovações a serem apresentadas, há um destaque para a inteligência artificial. A implantação de novas tecnologias — como o uso de drones, veículos autônomos e softwares desenvolvidos para aumentar a eficiência nas lavouras — são exemplos de como a tecnologia de ponta pode ser benéfica para a otimização do setor.
Mesmo com a chegada das inovações, um dos maiores desafios a serem enfrentados é a democratização desses meios na agropecuária. Com essa preocupação, um dos painelistas do evento, Marcos Ferronato, desenvolve com a equipe técnica da NetWord Agro — que participa do primeiro painel (veja ao lado a programação) — formas para garantir que os pequenos produtores e os agricultores familiares possam acessar ferramentas a serem conduzidas por inteligência artificial.
"Hoje, 95% dos agricultores são pequenos ou de agricultura familiar. Não fazia nenhum sentido a gente desenvolver uma tecnologia de ponta e excluir essas pessoas. E quando se exclui essa camada, faz com que fique vulnerável. A gente viu, nos últimos 20 anos, o tanto de pequeno produtor vendendo terra para o grande", lamentou.
Para o CEO da NetWord Agro, seuj trabalho é baseado em um "tripé" da sustentabilidade — que une o social, o econômico e o ambiental. "Cada vez que se coloca rentabilidade na mão do pequeno agricultor, é um tijolinho para ele não sair do campo e continuar produzindo. Era uma grande preocupação que a gente tinha", salientou.
Ferronato, porém, critica a postura dos fabricantes de defensivos agrícolas. Conforme observa, novas alternativas podem ser consideradas pelos pequenos produtores no manejo da plantação.
"A gente ainda está brigando contra uma indústria gigantesca e muito poderosa", alerta.
O presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou a importância desta terceira edição do CB.Fórum Agro 4.0. "É uma oportunidade de compartilhar, com especialistas e representantes do setor público, projetos e iniciativas para que o agronegócio se torne mais digital e mais sustentável. Essa iniciativa tem contribuído bastante para a difusão de tecnologias no campo", frisou.
*Colaborou Raphael Pati, estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
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