22 de Novembro de 2024

Rogério Mauro defende acesso do pequeno produtor a novas tecnologias


Na 3° edição do CB Fórum Agro 4.0, parceria do Correio com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

O evento contou com a participação de Rogério Mauro, coordenador-geral de Cooperativismo e Associativismo da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Segundo ele, o tema do painel, tecnologias digitais para o pequeno produtor rural e agricultura familiar, impacta de forma direta na produtividade do país. Em relação ao agronegócio familiar, o MDA categoriza um universo de 73% de estabelecimentos rurais, 23% de ocupação territorial e 10 milhões de pessoas integradas ao pequeno agronegócio.

 

O coordenador Rogério Mauro destaca o papel preponderante que o agro familiar ocupa na produção de alimentos que vão para a mesa da população brasileira. Na dinâmica comercial, essas formas de produção ocupam um lugar de destaque em suas comunidades. “Sobretudo, nos pequenos municípios, a agricultura familiar tem uma importância muito grande na economia local”, complementa.

Mauro acrescenta que os segmentos na agricultura familiar não formam um bloco homogêneo, enfrentam inúmeros empecilhos de infraestrutura. “Por ocuparem terras mais distantes, muitas vezes ficam sem estrada adequada, sem energia elétrica e sem conectividade, além do passivo educacional. Tais fatores se colocam como desafios para milhares de produtores rurais”.

 

"Infelizmente, quem produz tecnologia produz para quem tem grande capital. Esse é um dos condicionantes da falta de tecnologia em nosso país para o pequeno produtor agrícola" Rogério Mauro, coordenador-geral de Cooperativismo e Associativismo do MDA

Com a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário, soluções para a superação desse problema estão sendo implantadas. “Ações que ajudam a resolver, pelo menos em partes, os problemas de infraestrutura, assistência técnica em extensão rural, fortalecimento do cooperativismo, associativismo e empreendimentos coletivos, além da formação de um programa de agroindustrialização”, relata Rogério Mauro.

O déficit de tecnologias na pequena produção no Brasil impede o crescimento do agronegócio familiar. “Sem tecnologia é impossível pensar no avanço de políticas, elevação do nível de renda dos agricultores e melhoria da qualidade de vida dessas pessoas”, explica o coordenador-geral.

Mauro exalta que a parceria do ministério com a ABDI é importante para pensar, em conjunto, ferramentas adequadas e descomplicadas para a agricultura familiar.

Sobre as dificuldades que o pequeno agricultor enfrenta diante da falta de acesso a tecnologias avançadas, Rogério Mauro acredita que a busca do ministério por parcerias internacionais é importante para a internalização de produção de tecnologias adequadas para essas comunidades.

Para ele, é necessária a intervenção pública na forma como as tecnologias são ofertadas para o pequeno produtor, além de incentivo a políticas públicas que venham para atenuar o presente problema. “Infelizmente, quem produz tecnologia produz para quem tem grande capital. Esse é um dos condicionantes da falta de tecnologia em nosso país para o pequeno produtor agrícola.”

Apesar dos empecilhos encontrados no país em relação à produção agrícola familiar, Rogério Mauro destaca que há também muitas experiências positivas. “Há vários exemplos de sucesso, sobretudo de agro industrialização, cooperativismo. Os empreendimentos coletivos carregam em si a necessidade de outros tipos de tecnologia, onde chegam nas comunidades que mais precisam.”

O coordenador reitera a importância dos jovens no processo agrário brasileiro. Ele cita a importância da inclusão dos jovens em projetos de assistência técnica familiar e reforma agrária. “Isso faz com que o jovem se sinta importante no processo produtivo, animado e contribuindo positivamente. Um caminho positivo para a permanência do jovem na atividade rural”, conclui.

 

*Marina Dantas, estagiária sob a supervisão de Vinicius Doria

 

Fonte: correiobraziliense

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